Córdova
A ancestral mesquita de Córdova (actualmente designada sob um nome híbrido de ‘mesquita-catedral’) volta a merecer a atenção pública tendo-se transformado num problema regional (para a Andaluzia) mas, na verdade, a sua dimensão é maior [mundial] já que diz respeito à propriedade e usufruto de bens culturais sejam civis, militares, religiosos, profanos, artísticos, arquitectónicos, museológicos ou até mesmo naturais.
Está em curso uma petição link para transformar esse riquíssimo e único património histórico-religioso (há quase 30 anos Património da Humanidade link) num templo ecuménico, onde ficasse assegurada a prática de uma ampla liberdade religiosa. Esta é mais uma ‘acção popular’ no sentido de devolver aos cidadãos a capacidade de disfrutar em pleno as suas liberdades, pública e constitucionalmente, consagradas.
Indo mais além do solicitado na petição julgo que este conjunto histórico-religioso e cultural deveria ser um ‘espaço aberto’, um ‘museu-vivo’, que os cidadãos pudessem usufruir conforme desejassem. Uns oravam (e não só os crentes das ‘religiões do livro’ como se pretende) outros pura e simplesmente tinham oportunidade de disfrutar aquela extraordinária beleza, arquitectónica e patrimonial.
Travar a possessão redutora da Igreja (no caso vertente será por usucapião?) é uma missão a que os cidadãos livres não podem ficar indiferentes, mesmo para as mentes povoadas por fantasmas acerca de uma ‘islamização ocidental’ nascente e subsidiária das glórias passadas de um histórico Al-Andalus (Ocidente). As nossas liberdades (é disso que se trata) devem estar acima de tacticismos imediatos (ditos 'anti-terroristas') que pretendem responder às ameaças do momento, mas são eminentemente castradoras (derrogadoras) de direitos individuais.
Está em curso uma petição link para transformar esse riquíssimo e único património histórico-religioso (há quase 30 anos Património da Humanidade link) num templo ecuménico, onde ficasse assegurada a prática de uma ampla liberdade religiosa. Esta é mais uma ‘acção popular’ no sentido de devolver aos cidadãos a capacidade de disfrutar em pleno as suas liberdades, pública e constitucionalmente, consagradas.
Indo mais além do solicitado na petição julgo que este conjunto histórico-religioso e cultural deveria ser um ‘espaço aberto’, um ‘museu-vivo’, que os cidadãos pudessem usufruir conforme desejassem. Uns oravam (e não só os crentes das ‘religiões do livro’ como se pretende) outros pura e simplesmente tinham oportunidade de disfrutar aquela extraordinária beleza, arquitectónica e patrimonial.
Travar a possessão redutora da Igreja (no caso vertente será por usucapião?) é uma missão a que os cidadãos livres não podem ficar indiferentes, mesmo para as mentes povoadas por fantasmas acerca de uma ‘islamização ocidental’ nascente e subsidiária das glórias passadas de um histórico Al-Andalus (Ocidente). As nossas liberdades (é disso que se trata) devem estar acima de tacticismos imediatos (ditos 'anti-terroristas') que pretendem responder às ameaças do momento, mas são eminentemente castradoras (derrogadoras) de direitos individuais.
Finalmente, a notícia sobre a petição reavivou-me memórias de uma passagem por Córdova ocorrida há uma dezena de anos.
Encontrando-me a visitar a mesquita em plena canícula estival (na Andaluzia severa) trajava vestuário adequado à elevada temperatura (T-shirt e calções). Inebriado no meio das centenas de colunas rematadas por arcos em ferradura, brancos e vermelhos, foi abordado por um clérigo que me confrontou com a discrepância entre a exiguidade do meu vestuário e a dignidade do local.
Respondi-lhe, ironicamente, que a minha família há dezenas de gerações tinha deixado de usar ‘djellaba’… e virei-lhe as costas!
Encontrando-me a visitar a mesquita em plena canícula estival (na Andaluzia severa) trajava vestuário adequado à elevada temperatura (T-shirt e calções). Inebriado no meio das centenas de colunas rematadas por arcos em ferradura, brancos e vermelhos, foi abordado por um clérigo que me confrontou com a discrepância entre a exiguidade do meu vestuário e a dignidade do local.
Respondi-lhe, ironicamente, que a minha família há dezenas de gerações tinha deixado de usar ‘djellaba’… e virei-lhe as costas!
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