A amarga ironia da geopolítica e as doces mentiras de conveniência
A Rússia detesta bases da NATO junto ao seu território, seja na Geórgia ou na Crimeia, vá-se lá saber porquê. Não me venham dizer que Putin é comunista e a União Europeia campeã do direito internacional e baluarte da democracia.
A cultura, sensibilidade e circunstâncias fazem de mim um europeísta militante. Teria votado, sem vacilar, a adesão de Portugal à União Europeia quando o PM Cavaco Silva, cujo mérito não lhe coube, negou o direito ao referendo, com o argumento de que ficava caro. A sua formação democrática foi sempre rudimentar.
Defendo, continuo a defender, a federação europeia e o aprofundamento da democracia. Penso que já era tempo de termos uma política externa comum, Forças Armadas únicas e o governo central saído do Parlamento Europeu, sabendo que já teria havido decisões que me contrariavam. Mas é assim que entendo a democracia, sujeitar-me à decisão dos que, pensando diferente de mim, ganham as eleições.
Entre a Rússia e a UE escolheria a primeira, mas uma coisa é a nossa pertença histórica, cultural e afetiva, e outra a imparcialidade de julgamento, ainda que nos prejudique.
Vale a pena lembrar, do que me recordo em tempos recentes, qual é o comportamento da minha Europa, sem esquecer que vai até aos Urais.
- Nos Estados Bálticos, na Estónia e Letónia, há 30% de cidadãos apátridas, excluídos dos direitos de cidadania, só por serem russos, sem que a União Europeia exija solução.
- O Chipre foi invadido pela Turquia e retalhado ao sabor do idioma e da religião sem que a Nato manifestasse a musculatura que exibiu no Iraque ao arrepio da legalidade, da ONU e da decência.
- A Jugoslávia foi desfeita de acordo com os apetites alemães, o proselitismo católico e o apoio da Nato.
- A Sérvia foi barbaramente bombardeada pela Nato e, contrariamente ao prometido, foi amputada do Kosovo para se transformar num centro de treino da al-Qaeda e no quartel-general da circulação da droga.
Bastam estes exemplos para ferir a reputação euro/americana e desinteressar os povos do projeto comum que líderes sem grandeza estão a inviabilizar.
A cultura, sensibilidade e circunstâncias fazem de mim um europeísta militante. Teria votado, sem vacilar, a adesão de Portugal à União Europeia quando o PM Cavaco Silva, cujo mérito não lhe coube, negou o direito ao referendo, com o argumento de que ficava caro. A sua formação democrática foi sempre rudimentar.
Defendo, continuo a defender, a federação europeia e o aprofundamento da democracia. Penso que já era tempo de termos uma política externa comum, Forças Armadas únicas e o governo central saído do Parlamento Europeu, sabendo que já teria havido decisões que me contrariavam. Mas é assim que entendo a democracia, sujeitar-me à decisão dos que, pensando diferente de mim, ganham as eleições.
Entre a Rússia e a UE escolheria a primeira, mas uma coisa é a nossa pertença histórica, cultural e afetiva, e outra a imparcialidade de julgamento, ainda que nos prejudique.
Vale a pena lembrar, do que me recordo em tempos recentes, qual é o comportamento da minha Europa, sem esquecer que vai até aos Urais.
- Nos Estados Bálticos, na Estónia e Letónia, há 30% de cidadãos apátridas, excluídos dos direitos de cidadania, só por serem russos, sem que a União Europeia exija solução.
- O Chipre foi invadido pela Turquia e retalhado ao sabor do idioma e da religião sem que a Nato manifestasse a musculatura que exibiu no Iraque ao arrepio da legalidade, da ONU e da decência.
- A Jugoslávia foi desfeita de acordo com os apetites alemães, o proselitismo católico e o apoio da Nato.
- A Sérvia foi barbaramente bombardeada pela Nato e, contrariamente ao prometido, foi amputada do Kosovo para se transformar num centro de treino da al-Qaeda e no quartel-general da circulação da droga.
Bastam estes exemplos para ferir a reputação euro/americana e desinteressar os povos do projeto comum que líderes sem grandeza estão a inviabilizar.
Comentários
Nas eleições europeias que se seguem, provavelmente, serão ainda pior.
Com a Europa devemos ser como os Ingleses, um pé dentro e outro fora.
E não mergulhar de cabeça como fizemos nesta «democracia» sem direito a referendo...que não adiantava muito!