Paulo Portas vai de saída…
Paulo Portas, antigo administrador da empresa de sondagens da
Universidade Moderna, ‘Amostra’, que faliu, anunciou o fim da liderança do
CDS/PP, e, em vez de se dedicar à pesca, ameaçou aplicar-se nos negócios onde,
para além da empresa de sondagens, tem experiência em submarinos.
Vai, pois, largar de vez o boné e as galochas, à espera da ocasião
para outros adereços.
Deixa a liderança a Assunção Cristas, cuja assunção da
presidência, do que sobra do PP, está assegurada, apesar do buraco orçamental de
300 milhões de euros que deixou no ministério que tutelou . Nuno Melo, esse
sobrinho e herdeiro ideológico do defunto tio, cónego da Sé de Braga, é que
baixou a crista para dar lugar a Cristas.
Paulo Portas, o insubstituível, tomou agora uma decisão
irrevogável, depois de deixar o aparelho de Estado pejado de cúmplices. É a vez
da ex-colaboradora de Celeste Cardona e estrela cintilante do firmamento de
Portas.
A Terra continua o seu movimento de rotação. As feiras
continuarão sem ele e apenas os futuros governos dispensarão o adereço de ‘vice’.
A sua saída, talvez rumo aos EUA, onde fez amigos durante a invasão do Iraque,
é um até já, sem que a ausência provoque choro ou ranger de dentes, mesmo dentro
do CDS/PP.
A saída de Paulo Portas trouxe-me à memória um belo poema de
Brecht:
«Se este homem insubstituível franze o sobrolho
Dois reinos estremecem
Se este homem insubstituível morre
O mundo inteiro se aflige como a mãe sem leite para o filho
Se este homem insubstituível ressuscitasse ao oitavo dia
Não acharia em todo o império uma vaga de porteiro.»
Bertolt Brecht
Dois reinos estremecem
Se este homem insubstituível morre
O mundo inteiro se aflige como a mãe sem leite para o filho
Se este homem insubstituível ressuscitasse ao oitavo dia
Não acharia em todo o império uma vaga de porteiro.»
Bertolt Brecht
Comentários
Temporariamente deverá descansar das canseiras que negociatas à conta do Estado lhe terão causado. Agora, e no futuro próximo, segue-se o tempo da colheita, um percurso habitual dos ex-governantes.
A 'sabatina' durará um intangível tempo que será ditado pelas circunstâncias e oportunidades, mas Assunção Cristas que se cuide. Esta deverá ter em conta o que sucedeu a Manuel Monteiro...dentro da lógica 'popular' ou, se quisermos, 'populista': "quem faz um cesto faz um cento".