O racismo é a lepra da fraternidade

Milhares de pessoas manifestaram-se contra a violência xenófoba, este sábado à tarde em Joanesburgo. Nos últimos 12 dias 42 imigrantes africanos foram mortos.
Comentário: As manifestações não restituem a vida, não vencem o medo, nem aliviam o sofrimento. Mas redimem a cobardia e atenuam a vergonha colectiva.

Comentários

e-pá! disse…
A "crise xenófoba" que se verifica na Africa do Sul, segundo a interpretação do Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, mostra:
"a intolerância provocada pela pobreza se estende e se agrava no mundo todo".
E acrescentou, precisando que situações idênticas podem repetir-se:
"em qualquer lugar e momento, em países industrializados ou em desenvolvimento".
Defendeu que a maneira mais eficaz de evitá-las é "criando condições de vida melhores para os pobres".

Neste momento as populações movimentam-se, i. e., refugiam-se por diversos motivos:
1.) conflitos armados;
2.) pobreza extrema;
3.) mudanças climáticas devastadoras.

A conjugação destes 3 factores pode estar a suceder na Africa d Sul. Mas o problema é mundial.

A comunidade internacional terá de arranjar outros mecanismos de defesa humanitários, já que a protecçãotemporária não resolve estes problemas que são estruturais.

Mais de 25 mil imigrantes já fugiram da onda de violência xenófoba em bairros periféricos da África do Sul e concentram-se em centros provisórios, onde enfrentam condições precárias de higiene e baixas temperaturas.

A violência que começou nos bairros degradados de Johannesburgo e espalhou-se para Durban, cidade portuária no Oceano Índico e para a Cidade do Cabo, a sudoeste, centro turístico e sede do Parlamento.
Neste momento a situação é dramática e ocorre em sete das nove Províncias do país.
Na realidade um País em crise, que necessita da intervenção internacional, através das suas organizações, nomeadamente, da ONU.

Os protestos anti-racistas e anti-xenófobos, são a tradução de uma consciencia cívica em movimento, mas incapaz de controlar a situação que, segundo nos apercebemos, agrava-se diariamente.

A crise petrolífera, bem como o disparar dos custos dos cerais, fazem lembrar os tempos da pré-Revolução Francesa onde faltava o pão e o exército guardava as padarias, a fim de evitar motins.
A presença do Exército - que hoje também se encontra na rua na Africa do Sul - nem evitou a fome, nem a Revolução.

Uma ruptura social parece iminente na Africa do Sul, com capacidade de contaminar outros Países africanos e atingir o resto do Mundo.
Não podemos ficar indiferentes a esta tragédia, a pior desde o fim do apartheid em 1994.
Anónimo disse…
è sim senhor!

e, julgo, tem as suas raízes próximas, nas desigualdades sociais,

na exploração que elas induzem

na incapacidade de se promover uma "segregação positiva"

que esbata as diferenças de educação, de aptidão produtiva, das raças maioritarias

vitimas anteriores das colonizações

e hoje dos "novos ricos" que lhes sucederam

dramaticamente em nome de grandes ideais de liberdade, desenvolvimento, igualdade

Dói ver e constatar isto e mais aqui escrever o que escrevo...

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