Momento de Poesia
O Ditador
O Ditador não tinha esporas
nem botas de montar
mas montou um povo inteiro
não tinha espada
nem desfilava em marchas marciais
mas foi o general da tropa amansada
o Ditador não dormia,
vigiava,
tinha medo que o apanhassem distraído
e o matassem
por isso inventou a polícia secreta
que desenhou a geografia das esquinas
de todas as ruas das cidades, vilas e aldeias
o Ditador não tinha afectos
o poder era o único verdadeiro amor
que se lhe conhecia
da sua cabeça saíam possantes tentáculos
que apertavam a garganta como tenazes
a quem ousava discordar
o Ditador julgou-se eterno
mas esqueceu-se do equilíbrio instável das cadeiras
(ele não percebia nada das leis da Física)
caiu e desmaiou, depois morreu,
mas sempre a acreditar
que governaria para além da morte…
Alexandre de Castro
O Ditador não tinha esporas
nem botas de montar
mas montou um povo inteiro
não tinha espada
nem desfilava em marchas marciais
mas foi o general da tropa amansada
o Ditador não dormia,
vigiava,
tinha medo que o apanhassem distraído
e o matassem
por isso inventou a polícia secreta
que desenhou a geografia das esquinas
de todas as ruas das cidades, vilas e aldeias
o Ditador não tinha afectos
o poder era o único verdadeiro amor
que se lhe conhecia
da sua cabeça saíam possantes tentáculos
que apertavam a garganta como tenazes
a quem ousava discordar
o Ditador julgou-se eterno
mas esqueceu-se do equilíbrio instável das cadeiras
(ele não percebia nada das leis da Física)
caiu e desmaiou, depois morreu,
mas sempre a acreditar
que governaria para além da morte…
Alexandre de Castro
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