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A FRASE
Por
Carlos Esperança
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A descolonização trágica e a colonização virtuosa
Por
Carlos Esperança
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Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Começa a ser, para os portugueses, intolerável a displicência dos serviços de segurança e controlo portugueses, sejam forças se segurança normais ou especiais.
Ao que parece - continuamos estamos à espera de melhores dados -foram os aviões da CIA que circularam por aí com prisioneiros para Guantámano, agora foi o ex-vice-presidente da República Democrática do Congo (RDC), Jean-Pierre Bemba, sobre quem o Tribunal Penal Internacional faz acusações de crimes contra a Humanidade, praticados na República Centro- -Africana em 2002 e 2003.
Um criminoso de alto coturno.
O Governo tinha aceite em 2007 o pedido de Bemba para residir em Portugal, dado que tinha um visto Schengen, colocando como condição que não tivesse actividade política. Não se percebe porquê. Mas, oficialmente, o Estado português afirma que não prestava segurança pessoal a Bemba. Era a maneira de atenuar a sua incómoda presença.
Na realidade há indícios que desenvolvia actividade política com inteira liberdade. Tinha avião estacionado no Aeroporto de Faro. Levanta e regressava quando necessitava. Entrava e saía de Portugal como poucos portugueses. Com mordomias. Pela zona VIP, sob protecção policial.
Estavam adstritos à sua segurança na Quinta do Lago "meia dúzia de elementos do Corpo de Intervenção da PSP" que se juntavam à sua guarda pessoal.
Como é que Portugal dá a Bemba - mesmo possuindo um visto Schengen - guarida a partir do momento que o mesmo é acusado pelo Tribunal Penal Internacional?
Porque não o entrega em Haia, na sede do PPI a fim de pretar contas à justiça?
Deixamos de colaborar com a justiça internacional no julgamento dos mais abjectos criminosos acusados de genocídios, crimes de guerra, crimes contra a Humanidade, etc, de acordo com o Estatuto de Roma?
Quando apanhamos um emigrante ilegal o Estado trata, sem demora, da sua repatriação.
O ex- ditador Bemba, detectado e guardado, não é entregue ao TPI, em Haia.
Já sabemos a desculpa: ninguém sabia de nada!
Ou estamos a desleixarmos na denúncia e perseguição dos violadores dos Direitos do Homem e dos Cidadãos?
Ou esses direitos no contexto neo-liberal passaram a valer menos?
Graves, mas significativos, estes criminosos indícios de complacência.