Quando a fé os torna criminosos


Com a mesma indiferença com que o país assiste à impunidade de Paulo Portas, cuja investigação sobre os documentos fotocopiados no ministério da Defesa continua por fazer, também a informação do Diário de Notícias, de hoje, se arrisca a cair no olvido.

A divulgação da passagem, por Portugal, de radicais islâmicos que tentaram recrutar terroristas para a guerra santa ‘jhad’, é agora divulgada pelo líder espiritual da própria comunidade de Lisboa, David Munir.

Não está em causa o carácter pacífico do xeque Munir cujo bom senso pode ser relevante para refrear a fé dos mais prosélitos, o que está em causa é o carácter do Islão, a obstinada vocação para o sectarismo e a violência, a mania de querer a humanidade de rastos, virada para Meca.

Pelo artigo do DN ficou-se a saber que os terroristas estiveram em Portugal e, deduz-se, foram pregar a outro país por falta de adesão. Ora, num mundo globalizado, na Europa comum, um bando de angariadores de terroristas, que não é denunciado às autoridades, contribui para a insegurança e fica com caminho livre para angariar, noutro país, novos mártires de Alá.

Quem, na altura, por solidariedade religiosa ou por cobardia, ocultou a passagem do bando e permitiu livrá-los da polícia e dos tribunais, é objectivamente cúmplice dos crimes que a sua militância possa vir a provocar.

Se não houver uma intensa mobilização colectiva contra o terrorismo, tanto mais grave quanto mais profunda for a devoção, os alicerces da democracia e as bases da nossa civilização correm efectivo perigo.

Não se pode ser mais permissivo com os crimes de natureza religiosa do que com a actividade delituosa de outra natureza. Independentemente do tempo que já terá passado, é urgente que as polícias europeias identifiquem esses facínoras, os detenham e os entreguem à justiça.

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