Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Estava lá , digamos, numa situação de "favor" que deveria (não teria, mas deveria), obrigatóriamente, terminar com a disputa partidária a que se submeteu.
Hoje, lider da oposição, penso que deverá regressar ao Conselho de Estado, com outro estatuto.
Entretanto, fez uma opção carregada de um grande impacto ético.
Pode parecer o mesmo, mas não é.
Se acacbar por regressar como um dos 5 membros eleitos pela AR, dado ser a lider do maior partido da oposição, será, por ventura, uma conselheira que estará de direito próprio, aparentemente mais responsável e também mais livre. Se quiser, quando quiser, ou se for necessário, manterá uma total independência do PR. Transfere uma relação pessoal para outra ao nível institucional, mais consentânea com os ditâmes da República.
Nada disto significa que actualmente se movimente num circuito de dependência. Mas uma coisa é estar num sitio por eleição de um orgão de sobrerania representativo do Poder Legislativo, outra será ser uma escolha pessoal e arbitrária (de um orgão unipessoal).
Um bom passo político, mas não cometeu nenhum parricídio (político).
Sócrates deve lembrara-se no dia a dia da governação que MFL continuará a gravitar na órbita de Cavaco e Silva. Não se "soltou" para o espaço.
Por isso, a "renúncia" é um aviso a Socrates, quanto ao posicionamente das personalidades políticas.
Substancialmente diferente do que foi até aqui.
PS - vai aparecer nos mídia Vitalino Canas a dizer que este gesto não tem qualquer significado e em próxima oportunidade, como está na lei (ele relembra sempre isso!), o PR nomeará outro conselheiro.
Que poderia ser o próprio Vitalino no impagável papel do queirosiano Conselheiro Acácio...