Momento de poesia
Na tua leveza de pássaro branco
Hoje vejo-te vigilante
envolta em efervescências de éter
à volta dos doentes,
presos à fatalidade estática
das pernas engessadas
aflitivamente imóveis e penduradas
numa rigidez de cabos e roldanas.
Entre as camas alinhadas
percorres na tua leveza de pássaro branco
os corredores lisos e brilhantes
e avalias com precisão cirúrgica
o espaço ocupado
pela dor e pelo sofrimento
contendo os gritos
e os incontidos apelos
dos corpos rasgados
que não aceitam
aquele destino.
e já não te incomoda
o cheiro intenso do clorofórmio
nem aquela luz baça
da hora do silêncio
a iluminar penumbras.
Velas pela noite dentro
diligente e branca
e regressas à tua paz
onde deitas o sono solto e interrompido
até que a manhã chegue
com o teu cansaço.
Alexandre de Castro
Hoje vejo-te vigilante
envolta em efervescências de éter
à volta dos doentes,
presos à fatalidade estática
das pernas engessadas
aflitivamente imóveis e penduradas
numa rigidez de cabos e roldanas.
Entre as camas alinhadas
percorres na tua leveza de pássaro branco
os corredores lisos e brilhantes
e avalias com precisão cirúrgica
o espaço ocupado
pela dor e pelo sofrimento
contendo os gritos
e os incontidos apelos
dos corpos rasgados
que não aceitam
aquele destino.
e já não te incomoda
o cheiro intenso do clorofórmio
nem aquela luz baça
da hora do silêncio
a iluminar penumbras.
Velas pela noite dentro
diligente e branca
e regressas à tua paz
onde deitas o sono solto e interrompido
até que a manhã chegue
com o teu cansaço.
Alexandre de Castro
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