Lembro-me de Portugal assim (2)
Por
A. Horta Pinto
Parlamento [português] aprova voto de condenação pela crise no Zimbabué
O Parlamento aprovou hoje com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS-PP, BE e PEV e a abstenção dos comunistas um voto de condenação pela situação no Zimbabué, a que também se associou o Governo. «O que se passa no Zimbabué é uma escandalosa e gravíssima violação das liberdades fundamentais», afirmou o líder do CDS-PP, Paulo Portas, durante a discussão do voto de condenação apresentado pela sua bancada parlamentar.
Corroborando as palavras de Paulo Portas, o deputado do PS Vera Jardim considerou a situação no Zimbabué como «um caso extremo de poder despótico e cego, violador dos mais elementares direitos».
«O PSD vota favoravelmente este voto e junta a sua voz à onda de indignação pela situação que se espalha pelo mundo», afirmou por sua vez o deputado social-democrata José Cesário, considerando igualmente que está em causa no Zimbabué «os mais elementares direitos».
Pelo BE, o deputado José Moura Soeiro classificou a situação que se vive naquele país como «preocupante para qualquer pessoa que preze e democracia».
«Não há condições mínimas para a democracia», sublinhou.
Como era de esperar, o PCP absteve-se na condenação de Mugabe. É nestas ocasiões que se revela a concepção de "democracia" do PC.
A. Horta Pinto
Parlamento [português] aprova voto de condenação pela crise no Zimbabué
O Parlamento aprovou hoje com os votos favoráveis do PS, PSD, CDS-PP, BE e PEV e a abstenção dos comunistas um voto de condenação pela situação no Zimbabué, a que também se associou o Governo. «O que se passa no Zimbabué é uma escandalosa e gravíssima violação das liberdades fundamentais», afirmou o líder do CDS-PP, Paulo Portas, durante a discussão do voto de condenação apresentado pela sua bancada parlamentar.
Corroborando as palavras de Paulo Portas, o deputado do PS Vera Jardim considerou a situação no Zimbabué como «um caso extremo de poder despótico e cego, violador dos mais elementares direitos».
«O PSD vota favoravelmente este voto e junta a sua voz à onda de indignação pela situação que se espalha pelo mundo», afirmou por sua vez o deputado social-democrata José Cesário, considerando igualmente que está em causa no Zimbabué «os mais elementares direitos».
Pelo BE, o deputado José Moura Soeiro classificou a situação que se vive naquele país como «preocupante para qualquer pessoa que preze e democracia».
«Não há condições mínimas para a democracia», sublinhou.
Como era de esperar, o PCP absteve-se na condenação de Mugabe. É nestas ocasiões que se revela a concepção de "democracia" do PC.
Comentários
O PCP, segundo o seu lider paralamentar, absteve-se, porque o texto do voto de condenação das eleições no Zimbabué, ignora aquilo que o PCP chama "ingerência externa" acerca do que se passa que se passa no Zimbabué.
Embora, pessoalmente, concorde que esta paródia eleitoral (a 2ª. volta) foi, como disse o líder da oposição Zimbabué, um "dia de humilhação e vergonha", na minha qualidade de observador à distancia (possívelmente sem todas as informações) não possoignorar a mais do que vísivel interfêrencia do Mundo Ocidental, nomeadamente, do Reino Unido.
As causas dessa inegável interferência poderão ser justissimas - aquelas que dizem respeito à defesa dos dirietos humanos - mas ninguém ignora que existem (ou existiram)importantíssimos interesses económicos ingleses no Zimbabué, que foram "atacados" (talvez espezinhados) por Robert Mugabe.
Tal facto, motivou a "fúria" inglesa, ameaças veladas e direita e o envolvimento de sanções internacionais (ONU).
Portanto, a abstenção do PCP, não deve servir, per si, para definir ou especificar o conceito de democracia deste partido.
Não podemos seguir pelos caminhos populistas de Paulo Portas.
Se não, somos levados a perguntar quem, há pouco meses, durante a presidencia da UE, trouxe este decrépito ditador a LIsboa, para participar numa cimeira euro-africana, cujos resultados um dia serão, com calma e objectividade, escalpelizados.
Para mim, veio mostrar um conceito de falsa unidade africana, a não dependência do Reino Unido, passeou arrastando os pés por passadeiras vermelhas que a UE lhe estendia aqui e acolá, com os "irmãos" africanos (que exigiram a sua vinda) a manterem-se distantes e ausentes, e regresouu no mais discreto anonimato.
Finalmente, o PCP. Ao fim de tantos anos ainda não arranjou um modelo claro e directo para expressar as suas posições políticas. Rodeia as questões. Estamos a falar de alhos (com o qual concorda), dá um salto e começa a falar de bugalhos. Nunca mais se lembra dos alhos...
Permite, portanto, por culpa própria, as mais espúrias interpretações. Necessita de reciclar como se manifesta em público. Provavelmente, aprovava o voto de condenção daquela ignominiosa farsa e em seguida fazia uma declaração de voto contra a ingerência estrangeira no Zimbabué.
Evitava engulhos... mas o grupo parlamentar lá sabe como é.
Só esquece a pseudo-colonização durante décadas da maior parte de África pela URSS...
Sobre o PCP estamos conversados. Estão noutro registo, noutro plano e o diálogo é uma miragem...