Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Sejamos claros e concisos.
A unificação da Itália tornou Pio IX um vencido, na disputa que travou pela manutenção de poderes temporais.
A maneira como resolveu a famosa "questão romana" foi mais um clamoroso erro de Mussolini e uma cedência em toda a linha às pretensões do Vaticano, reivindicadas sob insidiosas manobras diplomáticas, nunca cabalmente esclarecidas...
De facto, o secretismo que rodeia os arquivos do Vaticano tornam uma parte substantiva da História Universal, uma nebulosa. E essa situação permite ao Vaticano, sempre que lhe convém, "inculcar" a História.
Na verdade, todos sabemos que em 1929 Mussolini necessitava do apoio da ICAR, para se consolidar no poder e implantar o fascismo.
O Tratado de latrão pode, muito bem, ter sido a moeda de troca. Provavelmente, nunca o saberemos.
As perdulárias indemnizações monetárias concedidas por Mussolini a Pio XI, pelas perdas territoriais (que tinham "acontecido" há mais de 60 anos!) foram, nem mais, nem menos, uma autêntico assalto ao erário público italiano...
Adiante.
Uma outra cláusula do Tratado de Latrão determinava que o
ensino religioso tornava-se obrigatório nas escolas italianas.
Os problema relacionados com este preceito têm perdurado até hoje.
A recente condenação da Itália, por um Tribunal europeu, devido à permanência de crucifixos nas Escolas públicas é, ainda, uma reminiscência desse passado distante...e, vergonhoso.
Nada há a comemorar pelo modo como se solucionou a famosa "questão romana".
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