Sócrates e a cultura
Enquanto o primeiro-ministro vai sendo queimado em lume brando por uma direita que tarda em arrumar a casa, com a preciosa ajuda de alguma esquerda, que prefere a direita ao PS, aparecem motivos de enorme humor.
Há escritores que publicam mais livros do que leram, jornalistas que fizeram carreiras a espreitar pelas fechaduras e a recolher notícias nas sanitas dos tribunais, mas é difícil perceber que alguém, não podendo acusar Sócrates de perseguição, o acuse de … não o conhecer.
Confesso que procuro andar atento ao que se publica, que gosto de ler o melhor que vai surgindo neste tempo fecundo de Saramago, Lobo Antunes, Mia Couto, Agustina e de tantos outros. Mas, confesso e penitencio-me, não sabia que as letras pátrias tinham um José Luís Peixoto.
Ignorar um Peixoto traduzido em vinte idiomas e com milhares de exemplares vendidos é uma lacuna maior do que o buraco do défice, uma vergonha maior do que não ter lido «Os Lusíadas», um crime mais infame do que a invasão do Iraque por causa das armas de destruição maciça, que não existiam.
Mas foi o que aconteceu ao autor que mais de vinte idiomas contemplam e milhares de livros celebram – José Luís Peixoto. Sócrates não só não o conheceu como julgava que se chamava Jorge.
Compreende-se a indignação contida do autor que modestamente declarou ao Diário de Notícias: «E o facto de o primeiro-ministro não me conhecer é sinal da falta de atenção à cultura».
De facto. Não conhecer José Luís Peixoto e, pior, poder pensar que se chamasse Jorge, devia ser motivo de vergonha e impeditivo para o exercício de funções públicas.
Um primeiro-ministro de Portugal que desconhece o autor de Morreste-me, Nenhum Olhar, Uma Casa na Escuridão, Antídoto, Minto Até ao Dizer que Minto, Cemitério de Pianos, Cal, Hoje Não, não tem condições para governar.
Quando Peixoto escrever Amanhã Sim, vai pedir a demissão do Governo.
Há escritores que publicam mais livros do que leram, jornalistas que fizeram carreiras a espreitar pelas fechaduras e a recolher notícias nas sanitas dos tribunais, mas é difícil perceber que alguém, não podendo acusar Sócrates de perseguição, o acuse de … não o conhecer.
Confesso que procuro andar atento ao que se publica, que gosto de ler o melhor que vai surgindo neste tempo fecundo de Saramago, Lobo Antunes, Mia Couto, Agustina e de tantos outros. Mas, confesso e penitencio-me, não sabia que as letras pátrias tinham um José Luís Peixoto.
Ignorar um Peixoto traduzido em vinte idiomas e com milhares de exemplares vendidos é uma lacuna maior do que o buraco do défice, uma vergonha maior do que não ter lido «Os Lusíadas», um crime mais infame do que a invasão do Iraque por causa das armas de destruição maciça, que não existiam.
Mas foi o que aconteceu ao autor que mais de vinte idiomas contemplam e milhares de livros celebram – José Luís Peixoto. Sócrates não só não o conheceu como julgava que se chamava Jorge.
Compreende-se a indignação contida do autor que modestamente declarou ao Diário de Notícias: «E o facto de o primeiro-ministro não me conhecer é sinal da falta de atenção à cultura».
De facto. Não conhecer José Luís Peixoto e, pior, poder pensar que se chamasse Jorge, devia ser motivo de vergonha e impeditivo para o exercício de funções públicas.
Um primeiro-ministro de Portugal que desconhece o autor de Morreste-me, Nenhum Olhar, Uma Casa na Escuridão, Antídoto, Minto Até ao Dizer que Minto, Cemitério de Pianos, Cal, Hoje Não, não tem condições para governar.
Quando Peixoto escrever Amanhã Sim, vai pedir a demissão do Governo.
Comentários
Entendo mesmo que, em matéria de "cultura", Sócrates está para LLPeixoto, como Cavaco esteve, está e estará para Saramago ou qualquer outro escritor (não economista).
Aliás, nem todos podem ser tu cá tu lá com o Machado de Assis, como o Santana Lopes...
Ainda um detalhe nada despiciendo: Valha-nos que Sócrates nunca censuraria o Jorge, perdão, o José.
Isto digo eu, que me considero insuspeito.
Abraço