Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Vítor Constâncio deverá ser hoje confirmado como vice-presidente do Banco Central Europeu. É uma boa notícia, uma vez que significa o reconhecimento do mérito de um português pelos representantes dos bancos centrais da zona euro.
Comentários
Falta o parecer (não vinculativo) do Parlamento Europeu.
Entretanto, este movimento de cargos - que se concretizará em 1 de Junho - tem como consequência, para o indigitado, um aumento anual de vencimentos da ordem dos 20%.
Entretanto, à laia de testamento deixou dito na conferência sobre o Estado e a competitividade da economia, organizada pela Antena 1 e pelo J Negócios:
«Estamos num momento sério e difícil da nossa economia. Um momento pessimista. Interiormente tenho uma perspectiva muito pessimista no que diz respeito à evolução próxima, porque os ajustamentos que temos que fazer são de algum significado»...
Desejo ao novo vice-presidente do Banco Central Europeu um exercício de funções que, pela sua competência e saber, dignifique Portugal.
Quando ao pessimismo e aos eufemísticos "ajustamentos", com certeza que o (ainda) Governador do Banco de Portugal, tem seguido a discussão do OGE. Vamos - para não variar - iniciar a próxima década a "ajustar" o cinto...
RE: Talvez a ajustar a barriga que é outra forma de dizer que teremos de apertar o dito.