Festividades dos 100 dias: La grand bouffe…
Hoje, o jornal Público noticia as nomeações do XVIII Governo Constitucional e faz um estudo comparativo com os governos anteriores. link
O XVIII Governo Constitucional é um jovem neófito (com algumas anquiloses), o mesmo que na semana transacta comemorou, faustosamente, os seus primeiros 100 dias.
Os Governos de 100 dias são uma reminiscência do séc. XIX, mais propriamente da época napoleónica e representam o regresso de Napoleão Bonaparte do exílio, acabando por sucumbir na Batalha de Waterloo. Nos tempos actuais, os primeiros 100 dias de Governo, representam o ”estado de graça" de um novo Governo.
O XVIII Governo Constitucional dificilmente pode reivindicar esse ”estado de graça". É, de certo modo, a continuidade do anterior e, se existem alterações quanto ao seu poderio político (perda da maioria absoluta), continua a ser um governo PS, com uma imagem semelhante, embora não seja exactamente a mesma.
É difícil compreender as reais motivações destes "festejos", a não ser que alguém alimentasse a veleidade de julgar que o XVIII Governo Constitucional não duraria 100 dias o que, constitucionalmente, está bloqueado.
O Governo decidiu inovar e os festejos, desta vez, enfatizaram o papel das mulheres e dos jovens, para além do estímulo à poupança, através da “Conta Poupança-Futuro”, e, ainda, de outras medidas avulsas.
Já que estamos a falar em poupanças melhor será regressarmos à praga das nomeações de adjuntos, assessores, colaboradores, consultores, etc.
Um fastidioso e numeroso grupo de cidadãos que parasitam os orçamentos ministeriais. Que, por critérios estritamente pessoais (não vamos esmiuçar outros critérios), passam a ter assento no mesa do OGE.
Segundo o Publico, nestes 100 dias, foram 1361 (!) os "felizes" contemplados (contando com os que transitaram do governo anterior…).
Uma legião de usufrutuários que se movimenta à volta do poder e cujo papel faz lembrar a nobreza ociosa, os pares do reino e cortesãs que infestavam as antigas cortes reais.
Só que vivemos numa República onde existem imensos quadros administrativos colocados na prateleira – alguns deles com competências, pelo menos, sobreponíveis aos contratados – e que vegetam no aparelho de Estado, sob a escabrosa ameaça de lhe poder sair na rifa o seu afastamento compulsivo, através de uma “mobilidade especial”.
Bem, e quando surge a hora da verdade, i.e., quando o Estado enfrenta situações melindrosas, estas mesmas “sumidades” alapadas nos gabinetes ministeriais, são lestas a contratualizar ao exterior doutos pareceres que, anualmente, custam milhões de euros aos contribuintes.
A (dispendiosa) grande moda neoliberal é o “outsourcing…”.
O combate ao desperdício não é só por termo aos desvarios despesistas de Alberto João Jardim. Começa em casa!
Comentários
Enfim, o enquadramento reveste-se de algum charme, mas, aqui ao lado, o José Luís e as Zapagirls têm mais espontaneidade na pose.