Sócrates – liberdade em perigo

Recuso-me a ouvir as conversas privadas, sejam elas de um dirigente desportivo ou do primeiro-ministro mas não me privo de ler o que sobre elas dizem os jornais e os títulos que, depois, não são confirmados pelas notícias e, muito menos, pelos factos.

Não apoio qualquer censura à imprensa, seja de que natureza for, embora saiba como o capital condiciona a informação e a política, de forma muito mais eficaz do que a última regula a comunicação social.

Sinto que à desconfiança que a Justiça se tem encarregado de criar, sobretudo através dos impensáveis líderes sindicais, se junta a certeza de que o segredo de justiça será violado sempre que a luta política se agudiza.

No lume brando em que a direita vai torrando Sócrates, não sei se por culpa do próprio, não há semana em que o nome dele não apareça nos jornais com as piores suspeições e pelas mais duvidosas razões. De qualquer modo não ponho as mãos por ninguém, muito menos pelo primeiro-ministro, depois de ter sabido de uma tentativa de plantar escutas num jornal, a partir de Belém, com o fim de o derrubar.

O que me surpreende é a acusação, feita pela direita, de que o Governo quis influenciar o genro do PR, a troco de muito dinheiro, na certeza de que, dessa forma, Cavaco não se pronunciaria contra os negócios da comunicação social. Não aceito a opinião da direita sobre o seu inefável líder.

Não aceito, em memória dos tempos ignominiosos da censura, em homenagem aos que lutaram e resistiram contra o fascismo, que estejamos agora – como se apregoa – num país onde a liberdade esteja em perigo. Aqueles que nunca lutaram por ela são os que se queixam dos riscos que a cercam.

Não reconheço autoridade a quem considerou a Madeira um exemplo de democracia e que não sabia se não seria útil que a democracia pudesse suspender-se por alguns meses, a mínima autoridade moral para dar lições de democracia.

Mas o mais grotesco desta infeliz novela foi a atitude de Paulo Rangel, misto de Chávez e de Alberto João Jardim, a queixar-se em Bruxelas do risco que a liberdade corre em Portugal. Até parece que estamos na Albânia de Enver Hoxha.

Com este sentido de Estado, o rapaz ainda acaba líder do PSD.

Ponte Europa / Sorumbático

Comentários

Graza disse…
Faço um esforço e não me lembro de algum político que tenha tido lá fora um comportamento tão anti-patriótico como este candidato a Nóia. E o que é mais estranho é que as reacções internas tenham sido da tibieza que vimos. O PS porque não pode fazer outra coisa que defender-se do cerco partidário em que está entalado e a Oposição que convenientemente deixa passar a polémica sem um forte protesto.

Agora foi o Ex-Bastonário Pires de Lima na SIC do Crespo, não vi mas contaram-me:

http://rendarroios.blogspot.com/2010/02/os-amigos-de-crespo.html
ana disse…
Rangel está cheio de vento, mas é só isso. O homem mira os cargos e faz o que for preciso para os conseguir, incluindo dar do seu país a imagem que deu. Já deve estar a imaginar-se como 1º ministro de Portugal mas ele coitado é completamente oco, se picado com um alfinete desaparece em dois tempos pela janela mais próxima. O psd está cada dia mais pobre e mais podre.

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