Itália – um país exótico


Roma está, desgraçadamente, perto do Vaticano. Os acordos de Latrão, celebrados com Mussolini ,deram ao Papa dinheiro, poder e influência e a concordata impôs o ensino da religião católica nas escolas do Estado. O papa considerou o ditador fascista Benito Mussolini enviado da Providência, mas as vicissitudes da história ou a falta de jeito do defunto ditador para obrar milagres têm impedido a sua canonização.

Porém, o tratado de Latrão, celebrado entre o enviado da Providência e o seu assumido representante legal, jamais foi revogado. As paredes das escolas e repartições públicas ainda exibem crucifixos sem respeito pela diversidade cultural e liberdade religiosa.

Um juiz – Luigi Tosti (na foto) – recusou-se a fazer julgamentos numa sala que exibia um crucifixo. Em 2003 quis retirar o símbolo católico e foi impedido pelos seus superiores. Como livre-pensador pretendeu que os Cristos dependurados nas cruzes fossem exonerados dos tribunais italianos.

A Asociación Civil 20 de Setiembre – Librepensamiento – Tolerancia – Humanismo
– acaba de informar que o referido juiz italiano Luigi Tosti foi afastado das suas funções. A Europa, cuja liberdade foi conquistada na luta das suas elites contra a toda poderosa Igreja católica, assiste impassível a este atropelo que põe em causa a liberdade religiosa e a laicidade do Estado.

No bairro de 44 hectares, um papa reaccionário baba-se de gozo, em silêncio, numa atitude igual à do fascismo islâmico onde a religião é um dever público e não um direito privado.

A Europa não pode ficar refém do incenso e da água benta.

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