USA: The "Tea Party" Movement...
O Movimento "cívico" Tea Party é um grupo heterogéneo de activistas ultraconservadores americanos, sem enquadramento político, mas situado na linha da “refundação” do movimento dos neocons que parecia ter naufragado, no caixote do lixo da História, com o fim da Administração de G. W. Bush.
Este movimento pretensamente “renovador” foi buscar a sua designação – Tea Party – a um patriótico motim que decorreu no porto de Boston, há cerca de 230 anos, quando os colonos americanos lançaram à água caixotes de chá da Companhia britânica da Índias Ocidentais. Foi, portanto, um dos feitos heróicos da chamada "guerra da Independência dos EUA", sendo um símbolo da resistência contra a colonização estrangeira, neste caso, britânica. Pretende, dentro na sua fase embrionária, ser um “movimento de resistência”.
Mas este movimento que integra franjas ultra-radicais e conservadoras do Partido Republicano é, acima de tudo, uma miscelânea de variados grupos doutrinários espalhados pela América, cujo denominador comum é o combate às políticas do actual Presidente Obama.
A sua acção, descoordenada, começou há cerca de 1 ano promovendo uma série de protestos contra a estratégia de combate à crise financeira, nomeadamente, o apoio aos Bancos em ruptura, os pacotes de estímulo para o relançamento da economia e, fundamentalmente, o projecto de reforma da Saúde.
Em resumo, consideram que os Estados Unidos vivem um período em que estão ameaçados pelo socialismo, cujo protagonista será Barack Obama.
A sua tipificação política e social é a de um movimento de ultra-direita. Exaltam a necessidade de combater – com urgência e não olhando a meios - a “conspiração Obama”, os objectivos do movimento não são claros (são definidos sempre pela negativa), praticam a dicotomia maniqueísta – quem não está connosco é contra nós. A única coisa que está definida é o “inimigo” ou “os múltiplos inimigos”.
Apesar da sua condição embrionária a sua capacidade de movimentação não deve ser desvalorizada. O Tea Party tem um quota-parte da responsabilidade na eleição do republicano Scott Brown, em Massachusetts, visando conquistar a cadeira ocupada por Ted Kennedy. Esta isolada eleição – provocada pelo falecimento do senador Kennedy - poderá ser um sério obstáculo à implementação da Reforma da Saúde de Obama.
Mas a sua acção é ensombrada por outros fantasmas que ultrapassam o domínio doméstico.
Um desses fantasmas é a América Latina que consideram, na versão mais soft, uma região dominada pelo intervencionismo estatal ou, para os mais radicais um subcontinente dominado por ditadores marxistas (Lula da Silva, incluído).
Outra vertente destes delírios persecutórios que alimentam será uma indisfarçável islamofobia muito próxima da doutrina dos neocons. A imagem belicista de Sarah Palin que ilustra este post é paradigmática.
O “Tea Party” manifesta uma grande preocupação em desligar-se das organizações políticas tradicionais americanas. Todavia, a sua capacidade de manobra tem impressionado a ala mais conservadora e radical do Partido Republicano que, neste momento, já estará “colada” ao movimento.
Começou em 4 de Fevereiro (para durar 3 dias) na Capital do Tennessee (Nashville) a primeira convenção do Tea Party Movement. Partiu para este evento sem sede, líder ou porta-voz. Os seus militantes gostam de classificar-se como cidadãos comuns que estão contra a regulação dos mercados, contra a burocracia.
Acusam Obama de ter extrapolado os seus poderes constitucionais com as medidas intervencionistas (os pacotes de estímulo) delineadas para enfrentar da crise que (ainda) assola a América.
O Mundo para estes “cidadãos” é uma entidade abstracta e distante.
A grande atracção da Convenção de Nashville devia ter sido a convidada Sarah Palin, ex-governadora do Alasca e ex-candidata a vice-presidente pelo Partido Republicano que proferiu um discurso – sem chama, nem substância – na noite de sábado (6.2.10) link
Por outro lado, e com possíveis efeitos práticos, terá sido decisão desta Convenção de vir a interferir (como?) nas próximas eleições nos EUA, em Novembro.
Até lá, a América e o Mundo devem estar atentos às manobras deste Tea Party Movement, cujo aparecimento revela o “renascimento” dos piores e mais retrógados valores de um execrável “neoliberalismo selvagem”, que conduziu o Mundo a uma das mais graves e profundas crises.
Foram, exactamente, “eles” que convencionaram, em Nashville, assacar as suas responsabilidades a “outros”…
Este movimento pretensamente “renovador” foi buscar a sua designação – Tea Party – a um patriótico motim que decorreu no porto de Boston, há cerca de 230 anos, quando os colonos americanos lançaram à água caixotes de chá da Companhia britânica da Índias Ocidentais. Foi, portanto, um dos feitos heróicos da chamada "guerra da Independência dos EUA", sendo um símbolo da resistência contra a colonização estrangeira, neste caso, britânica. Pretende, dentro na sua fase embrionária, ser um “movimento de resistência”.
Mas este movimento que integra franjas ultra-radicais e conservadoras do Partido Republicano é, acima de tudo, uma miscelânea de variados grupos doutrinários espalhados pela América, cujo denominador comum é o combate às políticas do actual Presidente Obama.
A sua acção, descoordenada, começou há cerca de 1 ano promovendo uma série de protestos contra a estratégia de combate à crise financeira, nomeadamente, o apoio aos Bancos em ruptura, os pacotes de estímulo para o relançamento da economia e, fundamentalmente, o projecto de reforma da Saúde.
Em resumo, consideram que os Estados Unidos vivem um período em que estão ameaçados pelo socialismo, cujo protagonista será Barack Obama.
A sua tipificação política e social é a de um movimento de ultra-direita. Exaltam a necessidade de combater – com urgência e não olhando a meios - a “conspiração Obama”, os objectivos do movimento não são claros (são definidos sempre pela negativa), praticam a dicotomia maniqueísta – quem não está connosco é contra nós. A única coisa que está definida é o “inimigo” ou “os múltiplos inimigos”.
Apesar da sua condição embrionária a sua capacidade de movimentação não deve ser desvalorizada. O Tea Party tem um quota-parte da responsabilidade na eleição do republicano Scott Brown, em Massachusetts, visando conquistar a cadeira ocupada por Ted Kennedy. Esta isolada eleição – provocada pelo falecimento do senador Kennedy - poderá ser um sério obstáculo à implementação da Reforma da Saúde de Obama.
Mas a sua acção é ensombrada por outros fantasmas que ultrapassam o domínio doméstico.
Um desses fantasmas é a América Latina que consideram, na versão mais soft, uma região dominada pelo intervencionismo estatal ou, para os mais radicais um subcontinente dominado por ditadores marxistas (Lula da Silva, incluído).
Outra vertente destes delírios persecutórios que alimentam será uma indisfarçável islamofobia muito próxima da doutrina dos neocons. A imagem belicista de Sarah Palin que ilustra este post é paradigmática.
O “Tea Party” manifesta uma grande preocupação em desligar-se das organizações políticas tradicionais americanas. Todavia, a sua capacidade de manobra tem impressionado a ala mais conservadora e radical do Partido Republicano que, neste momento, já estará “colada” ao movimento.
Começou em 4 de Fevereiro (para durar 3 dias) na Capital do Tennessee (Nashville) a primeira convenção do Tea Party Movement. Partiu para este evento sem sede, líder ou porta-voz. Os seus militantes gostam de classificar-se como cidadãos comuns que estão contra a regulação dos mercados, contra a burocracia.
Acusam Obama de ter extrapolado os seus poderes constitucionais com as medidas intervencionistas (os pacotes de estímulo) delineadas para enfrentar da crise que (ainda) assola a América.
O Mundo para estes “cidadãos” é uma entidade abstracta e distante.
A grande atracção da Convenção de Nashville devia ter sido a convidada Sarah Palin, ex-governadora do Alasca e ex-candidata a vice-presidente pelo Partido Republicano que proferiu um discurso – sem chama, nem substância – na noite de sábado (6.2.10) link
Por outro lado, e com possíveis efeitos práticos, terá sido decisão desta Convenção de vir a interferir (como?) nas próximas eleições nos EUA, em Novembro.
Até lá, a América e o Mundo devem estar atentos às manobras deste Tea Party Movement, cujo aparecimento revela o “renascimento” dos piores e mais retrógados valores de um execrável “neoliberalismo selvagem”, que conduziu o Mundo a uma das mais graves e profundas crises.
Foram, exactamente, “eles” que convencionaram, em Nashville, assacar as suas responsabilidades a “outros”…
Comentários
http://www.youtube.com/watch?v=n-CgzVrY5KI
Pela forma como estão a lavar o cérebro das suas crianças, denunciado pelo excelente documentário Jesus Camp, sobre o qual escrevi aqui, não tenho dúvida que o crescimento daquela corrente vai em breve trazer dissabores a alguma esperança que foi Obama. Veja-se tabém:
http://rendarroios.blogspot.com/2007/10/jesus-camp.html
http://rendarroios.blogspot.com/2008/09/jesus-camp-ii.html
AmeriGasm
http://www.thedailyshow.com/watch/mon-february-8-2010/amerigasm