O twitter e o @leitao2010
As redes sociais da Internet dão origem a situações singulares. No twitter reúnem-se seguidores e seguidos, eleitos entre os que têm afinidades marcadas, divergências insanáveis, ou por acaso.
O ritual dos encontros tem hora marcada e assuntos previsíveis. O conjunto de pessoas que aparecem no ecrã do nosso computador chama-se timeline, onde cada um exibe a estampilha que exorna cada mensagem de 140 caracteres ou um avatar que só o próprio saberá explicar. E há os que mudam de avatar mais depressa do que o Mário Crespo exibiu a camisola interior, com que dorme, aos deputados da A.R..
O que é deveras interessante é a interacção entre os participantes, com afectos, ódios, empatia ou desprezo, como na vida real. Há quem redija bem, quem escreva contos e quem use o humor ou o sarcasmo até ao limite dos 140 caracteres canónicos. Há os prevaricadores ortográficos, os que tropeçam no verbos e os que derrapam na sintaxe. O mais interessante é o carácter emocional das relações virtuais.
Criam-se afectos entre desconhecidos, conversa-se com quem nunca se viu, fala-se com o amigo que nunca se encontrou e espera-se ansiosamente o interlocutor que se costuma defrontar. Há os solitários que parecem cumprir tarefas, a twitar sozinhos, a entrarem e a saírem como se fossem ao escritório.
Foi nesta variedade de pessoas onde ilustres figuras públicas conversam com não menos ilustres desconhecidos, nesta comunidade simultaneamente humana e esquizofrénica, que apareceu um popular twitter que será imolado no dia 28, Domingo, para gáudio de uma centena de convivas. Não interessa quem lhe dá vida nos bastidores, quem responde com humor aos twits que recebe e quem teve o requinte de pôr um leitão a regozijar-se com o papel de vítima com que porá a salivar as papilas gustativas e aconchegará a mucosa gástrica de uma centena de twitters.
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