UE: Segurança e Cooperação e as debilidades de Catherine Ashton…

A UE mantém, olimpicamente, a sua indefinição sobre a construção de uma política comum de Defesa (Cooperação e Segurança).
A Esquerda europeia não quer ser subsidiária - no combate aos grandes desafios militares ou de segurança - da estratégia americana que, hoje, se centram no combate ao terrorismo.

O “caso do Afeganistão” mostra como os EUA impõem a sua agenda, utilizando para isso a NATO. Só que nem tudo no seio desta organização é consensual. Existem profundas divergências quanto ao esforço militar a desenvolver no combate aos talibãs.

A hipótese se uma forte e organizada influência talibã na Ásia Central representaria uma insuportável ameaça política para a Europa.
A UE nunca toleraria - na sua frente Leste - regimes sob a liderança de mullah’s, inspiradores de todo o tipo de fanatismos e violências.
A questão afegã começa a perturbar os Países ao redor de Kabul, nomeadamente, o Paquistão onde tem desestabilizado a situação político-militar. E ameaça contagiar a Índia e outros Países da Ásia Central, até há poucos anos, sob a influência soviética.

Os EUA não conseguem carregar, sozinhos, este fardo. E a colaboração europeia sendo indispensável para a execução desta estratégia da luta anti-terrorista é, por outro lado, um sensível teste de aferição da influência de Barak Obama, no dito Mundo Ocidental.

A recente demissão do governo holandês teve como pano de fundo estes problemas. O 1º. Ministro holandês Jan Peter Balkenende revelou que o pedido da NATO para um prolongamento de uma presença militar holandesa no território até 2011, foi recusado liminarmente pelos trabalhistas (que desde há 3 anos integravam uma coligação Centro-Esquerda), provocando a demissão do Executivo.
Mais um Pais da UE, em tempos de crise, a enfrentar uma desestabilização política interna, importada do exterior.

A UE, enquanto não definir um modus vivendi claro e explícito sobre o âmbito da sua cooperação com a NATO, nunca poderá ter uma “política europeia de Defesa”. O caso holandês corre o risco de provocar, noutros Países membros da UE, o chamado “efeito dominó”.

Esta semana decorreu, em Palma de Maiorca, uma reunião informal de ministros da Defesa da UE, sobre o tema da cooperação neste âmbito.
A actual Ministra dos Negócios Estrangeiros da UE, Catherine Ashton, não pôs lá os pés. Deixou a liderança da reunião entregue ao Secretário-Geral da NATO, Anders Rasmussen. Este alheamento é, para a Europa, em primeiro lugar, simbólico e, de seguida, desastroso.

Desta vez o motivo não foi a família que reside em Londres. Foram questões de agenda. Fez questão em estar presente na investidura do novo presidente ucraniano, Viktor Ianukovitch. Lá terá chegado a Kiev, via Moscovo, com mandam as actuais "regras".

Catherine Ashton revela, cada dia que passa, ser uma aposta errada, para o lugar que ocupa.
Ou não fosse Ianukovitch um político pró-russo e um refractário de qualquer aproximação europeia que, mesmo assim, recebeu – através da Ministra dos Negócios Estrangeiros da UE - as homenagens europeias. De uma Europa à deriva, sem qualquer rumo de política externa e desinteressada em resolver problemas de Segurança e de Cooperação no seu seio.

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