Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Todavia não resisto a perguntar:
É a Grã-Bretanha um Estado laico?
Um Estado (reino), onde a mais alta personagem da hierarquia pública é empossada (coroada) pelo arcebispo de Cantuária, numa abadia (Westminster), é um Estado laico?
Um reino em que o hino nacional começa por "God Save the Queen (ou the King)", conforme o género do titular, é um Estado laico?
Esta manifestação - com a qual estou solidário - transmite a sensação de que a Grã-Bretanha se "sente" fora da Europa.
Ilusão ou será mesmo "isso"?
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O Reino Unido é um estado confessional, de religião anglicana.
Felizmente, a rainha não faz homilias e nem sequer é obrigada a ser crente.
A liberdade religiosa é ali maior do que em alguns estados laicos submetidos a concordatas.