Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Os acordos políticos em África valem o que valem...
Temos a traumatizante e longa experiência de Angola (Alvor, Bicesse, etc.)
Na verdade a "querela" no Zimbabwe não está resolvida, já que a oposição sente que tem legitimidade para governar por achar que ganhou as eleições.
Em África o poder é pouco repartível.
Ou há um lider institucional reconhecido (Mugabe? - penso que não!) ou há (haverá) luta por um novo líder (Tsvangirai).
Penso que se trata de um período de espera ou, se quisermos, de tréguas para permitir a Robert Mugabe se retirar aos poucos, não dando a imagem de ter sido empurrado.
Se durante este período (long?/curto?) existirem turbulências os ditos acordos serão de imediato rasgados e terão início os confrontos com perdas de vidas, como os que sucederam no passado recente (periodo eleitoral).
Portanto uma Paz precária, ou se quisermos, instável. Mas vale sempre a pena tentar.