Faleceu o Meia-Leca
Carlos, foi tão breve a tua vida e tão longa a saudade que deixaste! Quem frequentou o Liceu da Guarda em meados do século passado conheceu a tua irreverência sadia contra o ambiente repressivo e reaccionário. Foste a voz do desassossego, exemplo de rebeldia e o ícone de uma geração de quem mereceste o mais acrisolado afecto.
Os que vieram depois tiveram-te como referência, repetiram os teus ditos, incensaram a tua forma de estar na vida, mas eles não sabem que foste um dos mais generosos jovens do teu tempo, um esbanjador de talento e um homem solidário.
Quando hoje começaram a cair-me no «Outlook» as mensagens que me anunciavam o teu desaparecimento, repentino e inexorável, senti no estômago os murros do destino e a revolta por tão injusta perda. Fomos muitos os que deixaste e a democracia perdeu um resistente que transformou a revolta em consciência cívica.
O teu irmão Jerónimo, para quem foste o ídolo de sempre, deve estar desfeito mas, por este país, milhares de homens e mulheres, que te conheceram ou simplesmente ouviram falar, sabem que morreu o campeão da amizade, mestre da alegria e homem de eleição.
Não cabe nesta evocação magoada o elogio fúnebre que mereces. Espero que alguém, a esta hora, o esteja a fazer na Sequeira onde, ao que me disseram, a morte te apanhou ontem, sem te avisar.
Prefiro recordar aquela aula de história em que o Zé Vilhena esticava um aluno que, na desorientação, localizou o terramoto de 1755 em Coimbra. E, enquanto o Zé Vilhena, repetia, foi em Coimbra, burro, foi em Coimbra? não te contiveste e ainda alegaste que também ainda lá caíram umas casitas!
É assim, Carlos, que quero recordar-te nos dias que ainda for, no tempo que houver.
Os que vieram depois tiveram-te como referência, repetiram os teus ditos, incensaram a tua forma de estar na vida, mas eles não sabem que foste um dos mais generosos jovens do teu tempo, um esbanjador de talento e um homem solidário.
Quando hoje começaram a cair-me no «Outlook» as mensagens que me anunciavam o teu desaparecimento, repentino e inexorável, senti no estômago os murros do destino e a revolta por tão injusta perda. Fomos muitos os que deixaste e a democracia perdeu um resistente que transformou a revolta em consciência cívica.
O teu irmão Jerónimo, para quem foste o ídolo de sempre, deve estar desfeito mas, por este país, milhares de homens e mulheres, que te conheceram ou simplesmente ouviram falar, sabem que morreu o campeão da amizade, mestre da alegria e homem de eleição.
Não cabe nesta evocação magoada o elogio fúnebre que mereces. Espero que alguém, a esta hora, o esteja a fazer na Sequeira onde, ao que me disseram, a morte te apanhou ontem, sem te avisar.
Prefiro recordar aquela aula de história em que o Zé Vilhena esticava um aluno que, na desorientação, localizou o terramoto de 1755 em Coimbra. E, enquanto o Zé Vilhena, repetia, foi em Coimbra, burro, foi em Coimbra? não te contiveste e ainda alegaste que também ainda lá caíram umas casitas!
É assim, Carlos, que quero recordar-te nos dias que ainda for, no tempo que houver.
Comentários
Sem conhecer o Carlos, daqui lhe envio um abraço de solidariedade que a sua dor!
Aquele Abraço!
Obrigado.
UM ABRAÇO AO MANEL JERÓNIMO.
Luis Amaro