Processo Casa Pia – Cabala contra o PS?
O veredicto de um tribunal superior que qualificou de «erro grosseiro» a prisão do deputado Paulo Pedroso, decidida pelo juiz Rui Teixeira, deixou o país perplexo.
As pessoas lembram-se do ar discreto e sofredor com que o experiente magistrado se dirigiu à Assembleia da República a pedir o levantamento da imunidade parlamentar, com as câmaras da TV atrás; recordam como se refugiava da exposição mediática em ralis todo-o-terreno, como pesava as decisões às propostas do procurador João Guerra e a modéstia que espelhava nas entrevistas à comunicação social.
Falar-se agora de cabala contra o PS, quando apenas alguns obscuros militantes foram referidos na comunicação social (Jorge Sampaio, Jaime Gama, Ferro Rodrigues, João Soares, Paulo Pedroso) é um arrojo que não encontra justificação. É esquecer o esforço da Dr.ª Catalina para que a verdade fosse averiguada, surpreendida com a podridão da Casa Pia onde numerosos anos de serviço nunca a alertaram para os comportamentos desviantes, tal era a sua bondade e confiança na castidade humana. Calcula-se como a piedosa senhora, amiga do peito e da missa de Bagão Félix, se deve encontrar agora desfeita.
Aliás, deve observar-se a quem aproveitou a prisão preventiva de Paulo Pedroso, apesar do «erro grosseiro»: ao próprio, que se libertou da tarefa de deputado, aumentou a sua notoriedade e obteve uma indemnização pecuniária, e, sobretudo, a Ferro Rodrigues que foi poupado às preocupações de primeiro-ministro, com prejuízo para Durão Barroso, tendo o PS conseguido ultrapassar com o processo Casa Pia as notícias sobre Portas e o CDS com o caso Moderna.
O «erro grosseiro» faz esquecer os esforços da imaculada ministra Celeste Cardona a defender o impoluto director da PJ, Adelino Salvado, o zelador do segredo de justiça perante o jornalista do Correio da Manhã.
A dedicação do PGR Souto Moura no esclarecimento do «Envelope 9» nunca será apreciada.
E, pior que tudo, os telespectadores ficaram privados das entrevistas de D. Catalina, da Dr.ª Teresa Costa Macedo e do Dr. Namora, heróis do imaginário colectivo, que excitaram a opinião pública.
Longe vão os tempos em que o exaltante Dr. Rui Teixeira, quando aparecia na televisão, provocava ais nas donzelas e as aldeias do Portugal profundo se rendiam à sua coragem e sabedoria.
As pessoas lembram-se do ar discreto e sofredor com que o experiente magistrado se dirigiu à Assembleia da República a pedir o levantamento da imunidade parlamentar, com as câmaras da TV atrás; recordam como se refugiava da exposição mediática em ralis todo-o-terreno, como pesava as decisões às propostas do procurador João Guerra e a modéstia que espelhava nas entrevistas à comunicação social.
Falar-se agora de cabala contra o PS, quando apenas alguns obscuros militantes foram referidos na comunicação social (Jorge Sampaio, Jaime Gama, Ferro Rodrigues, João Soares, Paulo Pedroso) é um arrojo que não encontra justificação. É esquecer o esforço da Dr.ª Catalina para que a verdade fosse averiguada, surpreendida com a podridão da Casa Pia onde numerosos anos de serviço nunca a alertaram para os comportamentos desviantes, tal era a sua bondade e confiança na castidade humana. Calcula-se como a piedosa senhora, amiga do peito e da missa de Bagão Félix, se deve encontrar agora desfeita.
Aliás, deve observar-se a quem aproveitou a prisão preventiva de Paulo Pedroso, apesar do «erro grosseiro»: ao próprio, que se libertou da tarefa de deputado, aumentou a sua notoriedade e obteve uma indemnização pecuniária, e, sobretudo, a Ferro Rodrigues que foi poupado às preocupações de primeiro-ministro, com prejuízo para Durão Barroso, tendo o PS conseguido ultrapassar com o processo Casa Pia as notícias sobre Portas e o CDS com o caso Moderna.
O «erro grosseiro» faz esquecer os esforços da imaculada ministra Celeste Cardona a defender o impoluto director da PJ, Adelino Salvado, o zelador do segredo de justiça perante o jornalista do Correio da Manhã.
A dedicação do PGR Souto Moura no esclarecimento do «Envelope 9» nunca será apreciada.
E, pior que tudo, os telespectadores ficaram privados das entrevistas de D. Catalina, da Dr.ª Teresa Costa Macedo e do Dr. Namora, heróis do imaginário colectivo, que excitaram a opinião pública.
Longe vão os tempos em que o exaltante Dr. Rui Teixeira, quando aparecia na televisão, provocava ais nas donzelas e as aldeias do Portugal profundo se rendiam à sua coragem e sabedoria.
Comentários
Quanto à "cabala", não direi que o processo Casa Pia foi instaurado para decapitar o PS; mas não tenho dúvidas de que foi aproveitado para esse fim. Alguém de dentro do sistema judicial-policial, violando o segredo de justiça, pôs indevidamente em causa o então Secretário-Geral do PS, Dr. Ferro Rodrigues, de tal modo que este acabou por deixar o cargo. Neste sentido, não há dúvida que houve cabala contra o PS.