Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
É hilariante como alguns neo-liberais tentam dar a volta ao texto em comentários na comunicação social sobre esta terrível situação.
Em vez de se responsabilizarem pelas consequências do "mercado livre", que exaustivamente defenderam, retirando-lhe todo e qualquer tipo de regulação, o que conduziu ao desastre actual, glosam com a crise, afirmando que o "pessoal de esquerda", com as intervenções do Estado na Economia dos States, vai pensar que chegou o "socialismo" à América!
A sua "cultura" não dá para entender que ninguém gosta que o tomem por burro...muito menos por aqueles que não tiveram dignidade nem souberam honrar os negócios e venderam gato por lebre. Aquilo que por cá se chamam de aldrabões, vendedores de banha da cobra, pulhas, etc.
Perante tamanha indigência intelectual, tanta falta de escrúpulos, situações tão opacas, a minha pergunta é:
Como esconderam a inevitabilidade do "crash imobiliário" durante tanto tempo?.
Viriam com o dinheiro dos pobres socorrer os ricos. Até aqui tudo normal. Só que desta vez a dimensão do estouro é tal, que até querem tentar reparar os danos no sistema por via dereparações opacas. O tal de Paulson quer poderes ilimitados e dinheiro ilimitado para estancar a hemorragia, sem controlo seja de quem for. Pode ser que consiga. Mas tenho para mim que desta vez a hemorragia está descontrolada e que a época escolhida e as circunstãncias do tesouro americano não foram os ideais.
( preço do dólar, dívida externa, preço do petróleo, dos bens alimentares, guerra em duas ou três frentes, eleições à porta...)
Ou muito me engano ou vão pedir dinheiro à China e ao Japão e Singapura para tentar salvar a economia real.
Porquê esta pressa? É que a economia está baseada no crédito e este está parado.
Os próximos capítulos vão ser deliciosos e quem ganhar as eleições tem um bico-de-obra do caraças. E uma economia liberal para os pobres e um socialismo financeiro para os muito ricos. Não há memória de tal coisa...
MFerrer