Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Os acordos políticos em África valem o que valem...
Temos a traumatizante e longa experiência de Angola (Alvor, Bicesse, etc.)
Na verdade a "querela" no Zimbabwe não está resolvida, já que a oposição sente que tem legitimidade para governar por achar que ganhou as eleições.
Em África o poder é pouco repartível.
Ou há um lider institucional reconhecido (Mugabe? - penso que não!) ou há (haverá) luta por um novo líder (Tsvangirai).
Penso que se trata de um período de espera ou, se quisermos, de tréguas para permitir a Robert Mugabe se retirar aos poucos, não dando a imagem de ter sido empurrado.
Se durante este período (long?/curto?) existirem turbulências os ditos acordos serão de imediato rasgados e terão início os confrontos com perdas de vidas, como os que sucederam no passado recente (periodo eleitoral).
Portanto uma Paz precária, ou se quisermos, instável. Mas vale sempre a pena tentar.