Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Na verdade, quase todo o País se interrogava sobre a situação desses senhores, vivendo tranquilamente no remanso do seus lares, principescamente indemnizados, impunes.
Este (inevitável) passo promovido pelo BdP é um desafio à eficiência da Justiça portuguesa.
Já não falo da prontidão porque, como toda a gente prevê, vamos ter de esperar pelas calendas gregas para conhecer o desfecho.
Tem, contudo, o mérito de aplacar a indignação que grassava pelo País.
A intrincada situação económica que se avizinha, pode, como já está a suceder na Grécia, provocar focos pontuais, ou generalizados, de crispação social que podem descambar em violência.
Medidas como esta vêm "arrefecer" as tensões sociais, se acaso, forem visíveis - em tempo útil - as consequências da prática de uma gestão danosa e forem punidos os especuladores.
A fraude recentemente detectada de especulção em pirâmide (tipo D. Branca) praticada pelo corretor norte-americano Bernard Madoff, que contagiou Bancos e Fundos, vem questionar com que tipo de gente, estamos a lidar e a confiar, quando depositamos as nossas economias nas, até há pouco tempo insuspeitas, instituições bancárias...
Mecanismos apertados e eficiêntes de regulação das instituições financeiras são urgentes, bem como o equacionamento dos mecanismos de alavancagem e o trânsito por offshores e paraísos fiscais.
A regulação e a fiscalização que existe, não satisfaz minimamente.
É necessário legislar, com urgência, rigor, competência e probidade, nesta área.