É preciso ter muita lata
Escreve Vasco Graça Moura no seu habitual panfleto no Diário de Notícias de quarta-feira:
"A crise portuguesa é muito anterior à eclosão da crise internacional. Deve-se à imprudência e à incompetência dos governos do PS. Agravou-se ao longo dos últimos anos por causa disso mesmo. Na sua origem, confluem todas as aselhices e demagogias da governação Guterres desde 1996 e da governação Sócrates desde 2005"
Não estará porventura a esquecer-se das aselhices e demagogias dos catastróficos governos Barroso/Portas e Santana/Portas, porventura ainda mais catastróficas e lesivas da economia nacional? Como pode a defesa da sua dama levar a tão flagrante cegueira uma pessoa que tem todas as credenciais académicas e publicísticas para ter um mínimo de lucidez?
Comentários
- encaixar a realidade nas suas convicções, e só isso.
Domina bem a Língua Portuguesa mas, em política, isso é insuficiente, pois há que interpretar não a gramática ou questões semânticas, mas os factos politico-económicos e as realidades sociais e culturais dos povos.
E, ao não deixar que a verdade aflore entre metafóricas tiradas, dificulta-lhe a compreensão da crise actual.
Como neo-liberal que é e não faz esforço para esconder, pretende sacudir a água do capote.
Para mais facilmente atingir a Esquerda, de uma penada, riscou do mapa político o governo de Barroso alcolitado nas Finanças por Manuela Ferreira Leite e o inefável Santana Lopes tendo à ilharga o beato Bagão Felix. Um acto de ilusionismo político...
Na verdade, foram malabarismos financeiros e contabilísticos no cálculo de deficit orçamental, como os de MFL e de BF que, noutra escala, noutro País - em Waal Street - alimentaram esta actual crise.
E, é daí, que nasce a actual "ódio" a Vitor Constâncio.
Como escrevia Stendhal:
A política é uma pedra atada ao pescoço da literatura, e que em menos de seis meses a submerge. A política, no meio dos interesses da imaginação, é um tiro no meio de um concerto...