O niqab, a burqa e a sociedade laica
A defesa da liberdade e da democracia, tal como as entendemos na Europa, torna difícil contrariar o uso da burqa ou do niqab , enredando-nos no aparente paradoxo de proibir a liberdade.
É possível invocar razões de segurança para impedir a ocultação do rosto mas afigura-se difícil interferir nos costumes sem roçarmos a xenofobia e a arrogância civilizacional.
O Estado tem de usar a mesma bitola para os hábitos de freiras e frades católicos e para os adereços femininos islâmicos que são o símbolo de subordinação ao homem como os primeiros o são da entrega a deus.
Os Estados, que deviam ser cada vez mais laicos, vão cedendo no multiculturalismo que não passa de uma provocação religiosa orquestrada no seio das famílias, instigada por mulás e teleguiada das madraças e mesquitas de todo o mundo.
O controlo psicológico da sensibilidade no seio da família e nos guetos tribais de pendor patriarcal exercem uma intolerável coacção psicológica sobre mulheres a quem o Corão, a família e a tradição negam a modernidade e o acesso à autodeterminação.
Não espanta que as jovens que são pela primeira vez alvo de atenção, que deixam de ser por momentos mero objecto, afirmem sentir-se bem com as peças que são o símbolo da opressão feminina, sem pensarem que o mal não está no uso mas na obrigatoriedade de milhões de mulheres condenadas a fazê-lo, com risco de serem açoitadas e humilhadas.
Tal como não aceitamos discutir hábitos de higiene, vacinas ou obrigatoriedade escolar, não devíamos discutir símbolos que remetem para a humilhação e a discriminação de género. É de uma sociedade inclusiva e de cidadãos que precisamos não de provocações tribais onde a mulher é um objecto e a liberdade uma heresia.
A Europa não pode ser o alfobre de novas aventuras totalitárias de cariz religioso depois de liberta graças à repressão política exercida sobre o clero que a envolvia em guerras cruéis e intermináveis.
Enquanto a fé não for um direito inalienável, mas remetido para a esfera privada, não vão terminar as provocações do fascismo islâmico cujo proselitismo tem de ser parado como aconteceu ao nazismo, ao estalinismo e a outras derivas totalitárias.
É possível invocar razões de segurança para impedir a ocultação do rosto mas afigura-se difícil interferir nos costumes sem roçarmos a xenofobia e a arrogância civilizacional.
O Estado tem de usar a mesma bitola para os hábitos de freiras e frades católicos e para os adereços femininos islâmicos que são o símbolo de subordinação ao homem como os primeiros o são da entrega a deus.
Os Estados, que deviam ser cada vez mais laicos, vão cedendo no multiculturalismo que não passa de uma provocação religiosa orquestrada no seio das famílias, instigada por mulás e teleguiada das madraças e mesquitas de todo o mundo.
O controlo psicológico da sensibilidade no seio da família e nos guetos tribais de pendor patriarcal exercem uma intolerável coacção psicológica sobre mulheres a quem o Corão, a família e a tradição negam a modernidade e o acesso à autodeterminação.
Não espanta que as jovens que são pela primeira vez alvo de atenção, que deixam de ser por momentos mero objecto, afirmem sentir-se bem com as peças que são o símbolo da opressão feminina, sem pensarem que o mal não está no uso mas na obrigatoriedade de milhões de mulheres condenadas a fazê-lo, com risco de serem açoitadas e humilhadas.
Tal como não aceitamos discutir hábitos de higiene, vacinas ou obrigatoriedade escolar, não devíamos discutir símbolos que remetem para a humilhação e a discriminação de género. É de uma sociedade inclusiva e de cidadãos que precisamos não de provocações tribais onde a mulher é um objecto e a liberdade uma heresia.
A Europa não pode ser o alfobre de novas aventuras totalitárias de cariz religioso depois de liberta graças à repressão política exercida sobre o clero que a envolvia em guerras cruéis e intermináveis.
Enquanto a fé não for um direito inalienável, mas remetido para a esfera privada, não vão terminar as provocações do fascismo islâmico cujo proselitismo tem de ser parado como aconteceu ao nazismo, ao estalinismo e a outras derivas totalitárias.
Comentários
Para ser consistente com este princípio, tenho que concluir que a autoridade pública não tem o direito de proibir ninguém de cobrir ou descobrir partes do corpo - a não ser nos casos, raros, em que ao fazê-lo o cidadão esteja a comprometer a segurança dos outros, o que pode ser o caso de quem cobre o rosto.
O véu, a burca e o hijab não simbolizam necessariamente a sujeição da mulher ao homem. Pode em vez disso simbolizar, por exemplo, a sua sujeição a Deus. A roupa que usamos simboliza sempre alguma coisa, é certo, mas quem determina o que ela simboliza é a pessoa que a usa e não a pessoa que a vê.
Suspeito, de resto, que muitas adolescentes islâmicas usam o hijab, não como símbolo de sujeição, mas como símbolo de rebeldia contra toda a autoridade - incluindo, muito possivelmente, a dos pais.
Quem, como eu, tem dúvidas aceito como igualmente razoável a sua posição.
Apenas tenho fundadas razões para discordar do último parágrafo.
Nos casos conhecidos as raparigas têm o apoio do pai. A rebeldia da mulher islâmica ainda se paga com chicotadas e com a vida.
“Attractive women who snub traditional Islamic clothing to instead wear fashionable clothes and apply heavy make-up, caused youths in the country to “go astray” and have affairs”, Ayatollah Kazem Sedighi said.
"Many women who dress inappropriately ... cause youths to go astray, taint their chastity and incite extramarital sex in society, which increases earthquakes …"
Noticia o Jornal Telegraph de 19. Abril.2002 link
Mas as minorias, por pequenas que sejam, também têm que ser tidas em conta. É estatisticamente impossível que não haja, por poucas que seja, raparigas islâmicas fundamentalistas filhas de pais progressistas.
Todos os sistemas jurídicos democráticos vão no sentido de confundir prova com probabilidade. Tudo o que a burca indica é uma probabilidade (não contesto que é alta) de estarmos perante uma mulher a quem é vedado o uso dos seus direitos; mas não prova que seja este o caso.
O indício, só por si, é razão suficiente para que se investigue, e para isso dispomos de assistentes sociais, psicólogos, tribunais de família, leis contra o sequestro e a violência doméstica.
Esta investigação permitirá concluir, imagino que na esmagadora maioria dos casos estamos efectivamente perante situações de opressão e violência; mas nos casos residuais cada um e cada uma tem o direito de se vestir ou despir como entender, excepto possivelmente no que respeita a cobertura do rosto.
Uma lei cega é sempre preguiçosa, injusta e contraproducente. Quanto mais se proibir o uso duma peça de roupa - trate-se duma burca ou de um monoquini- Mais gente vai haver a querer usá-la.
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