GUINÉ-BISSAU: um Estado inviável?
A morte de Nino Vieira continua a provocar réplicas na República da Guiné-Bissau.
Os recentes acontecimentos, que dificilmente podem iludir a imagem de um “golpe de Estado” abortado, entroncam-se aí.
Em Março de 2009, o fatídico atentado contra Tagmé Na Waié, na época, Chefe das Forças Armadas Guineenses, desencadeou uma série de reacções em cadeia que conduziram ao brutal assassínio do então Presidente da República da Guiné-Bissau, Nino Vieira, na sua residência.
Todo este dramático conflito interno continha profundas marcas de subterrâneas movimentações do tipo das vendettas mafiosas no seio de um Estado dominado pelo narcotráfico.
Na verdade, vem de longe esta campanha de desestabilização política. Isto é, a Guiné-Bissau desde o motim dirigido por Ansumane Mané tornado líder da Junta Militar que, em Junho de 1998, levou ao exílio de Nino Vieira. Nem a posterior morte de Ansumane Mané – em circunstâncias ainda misteriosas - e o posterior regresso de Nino para, em eleições presidenciais, reconquistar o poder, acabaram ou dissimularam os nefastos interesses que corroem e desestabilizam o Estado guineense.
Seguiram-se os habituais ajustes nas chefias militares ligadas a diferentes grupos político-militares que amiúdas vezes intervêm na condução dos destinos do País, acantonados em facções numa “sociedade castrense”, dividida e com interesses contraditórios, mas sempre sob a batuta do narco-tráfico.
A realização de eleições após a morte de Nino, guindaram Malam Sanha ao cargo de presidente da República e Carlos Gomes Júnior a desempenhar funções de primeiro-ministro e, aparentemente, induziram um período de acalmia. Hoje, verificamos que essa tranquilidade não era mais do que uma “paz podre”…
A recente "rebelião" do general António Indjai, coadjuvado pelo refugiado (na delegação das Nações Unidas) almirante Bubo Na Tchuto – antigo Chefe da Armada – acusado de promover um outro “golpe de Estado” em Agosto de 2008, mostram à saciedade que o actual Estado da Guiné-Bissau – mesmo após as declarações de “normalidade” proferidas pelos actuais dirigentes – caminha inexoravelmente para o abismo..
Os recentes acontecimentos, que dificilmente podem iludir a imagem de um “golpe de Estado” abortado, entroncam-se aí.
Em Março de 2009, o fatídico atentado contra Tagmé Na Waié, na época, Chefe das Forças Armadas Guineenses, desencadeou uma série de reacções em cadeia que conduziram ao brutal assassínio do então Presidente da República da Guiné-Bissau, Nino Vieira, na sua residência.
Todo este dramático conflito interno continha profundas marcas de subterrâneas movimentações do tipo das vendettas mafiosas no seio de um Estado dominado pelo narcotráfico.
Na verdade, vem de longe esta campanha de desestabilização política. Isto é, a Guiné-Bissau desde o motim dirigido por Ansumane Mané tornado líder da Junta Militar que, em Junho de 1998, levou ao exílio de Nino Vieira. Nem a posterior morte de Ansumane Mané – em circunstâncias ainda misteriosas - e o posterior regresso de Nino para, em eleições presidenciais, reconquistar o poder, acabaram ou dissimularam os nefastos interesses que corroem e desestabilizam o Estado guineense.
Seguiram-se os habituais ajustes nas chefias militares ligadas a diferentes grupos político-militares que amiúdas vezes intervêm na condução dos destinos do País, acantonados em facções numa “sociedade castrense”, dividida e com interesses contraditórios, mas sempre sob a batuta do narco-tráfico.
A realização de eleições após a morte de Nino, guindaram Malam Sanha ao cargo de presidente da República e Carlos Gomes Júnior a desempenhar funções de primeiro-ministro e, aparentemente, induziram um período de acalmia. Hoje, verificamos que essa tranquilidade não era mais do que uma “paz podre”…
A recente "rebelião" do general António Indjai, coadjuvado pelo refugiado (na delegação das Nações Unidas) almirante Bubo Na Tchuto – antigo Chefe da Armada – acusado de promover um outro “golpe de Estado” em Agosto de 2008, mostram à saciedade que o actual Estado da Guiné-Bissau – mesmo após as declarações de “normalidade” proferidas pelos actuais dirigentes – caminha inexoravelmente para o abismo..
O Mundo não pode aceitar pacificamente a existência de mais um “narco-Estado”.
Nós, os portugueses, antiga potência colonial, muito menos. Isto sem qualquer arremedo de neo-colonialismo.
Algo correu mal no processo de descolonização, algo continua a perturbar, profundamente, o desenvolvimento da Guiné-Bissau, no período pós-colonial.
Os próximos dias trarão novidades sobre estes dramáticos acontecimentos.
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