MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
Passam hoje 104 anos sobre a data da morte de um dos maiores poetas de língua portuguesa - Mário de Sá-Carneiro. Suicidou-se aos 25 anos de idade, para não morrer de fome. A sua penosa agonia pode seguir-se nas cartas que ia escrevendo a Fernando Pessoa (que se encontram publicadas, pelo menos nas Edições Ática), a útima das quais oito dias antes de pôr termo à vida.
Infelizmente, é esse o destino normal dos grandes poetas portugueses: suicidarem-se ou morrerem à fome.
Só depois da sua morte é que os abutres que em vida os desprezaram caem sobre a sua obra para à custa dela se encherem de dinheiro.
Isto suscitou-me o seguinte
EPITÁFIO
Mário de Sá-Carneiro
(19.5.1890-26.4.1916)
Quando morreste não bateram em latas
como pediste
nem te levaram de burro
como exigiste
Viveste e morreste como a cigarra da fábula
No verão cantaste
para gáudio dos formigões de sucesso
que no inverno te deixaram morrer
à míngua (mas não de excesso)
e, valendo-se da tua desgraça,
andam há décadas
e andarão séculos
a encher a pança com a tua carcaça
Infelizmente, é esse o destino normal dos grandes poetas portugueses: suicidarem-se ou morrerem à fome.
Só depois da sua morte é que os abutres que em vida os desprezaram caem sobre a sua obra para à custa dela se encherem de dinheiro.
Isto suscitou-me o seguinte
EPITÁFIO
Mário de Sá-Carneiro
(19.5.1890-26.4.1916)
Quando morreste não bateram em latas
como pediste
nem te levaram de burro
como exigiste
Viveste e morreste como a cigarra da fábula
No verão cantaste
para gáudio dos formigões de sucesso
que no inverno te deixaram morrer
à míngua (mas não de excesso)
e, valendo-se da tua desgraça,
andam há décadas
e andarão séculos
a encher a pança com a tua carcaça
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