VATICANO 2010: argumentações "belicistas" ou a infindável crise de credibilidade…
O cardeal Angelo Sodano, decano do Sacro Colégio Pontifício, aproveitou o domingo de Páscoa, dia festivo para a ICAR, para transformar o altar da Catedral de S. Pedro –sede da papado – num vulgar palanquim de agitprop. Classificou esta grave crise interna da Igreja Católica como: “fofocas mesquinhas”…
A ICAR confrontada com uma série de vergonhosos escândalos de pedofilia que a atingem gravemente na sua pretensa vertente de guardiã das verdades morais, tem lidado mal com as naturais críticas dos seculares cidadãos do Mundo. As justas críticas – vindas de diversos sectores da sociedade civil - sobre um comportamento desviante no exercício do seu múnus religioso são, liminarmente, interpretadas, no Vaticano, como “ataques” ao supremo chefe da Igreja – Bento XVI.
Desde esta insólita atitude do decano dos cardeais que, ao ter lugar, per si revela uma pungente fragilidade do actual Papa, às congeminações do excorcista-mor do Vaticano, padre Gabriele Amorth, afirmando sentir que o diabo coabita na cidade santa, à prédica anti-semita de frei Raniero Cantalamessa – pregador da Casa Pontifícia - que teve a ousadia e o desplante de, num contra-ataque estouvado e infeliz, comparar as naturais reacções aos escândalos de pedofilia na Igreja Católica às perseguições sofridas pelos judeus (para mais tarde ter de publicamente se retratar), às elucubrações do jesuíta Federico Lombardi, porta-voz oficial do papado, que perante as evidencias de silenciamento e encobrimento, que a conta-gotas têm vindo a público, e que envolvem o então cardeal Ratzinger, tudo desmente, etc., a ICAR arma-se e mobiliza-se para enfrentar (tentar "apagar") uma das suas maiores crises de sempre.
A almejada "pacificação" não surgiu – como o Vaticano esperava – com a controversa carta pastoral aos irlandeses.
A ICAR atolou-se na lama, conviveu com a infâmia, tornou-se moralmente cumplice e não conseguirá limpar de uma penada as suas purpúreas vestes, nem mesmo nestes tempos de festividades pascais que, para os cristãos, significa "ressurreição". Uma ressurreição que tarda e estará irremediavelmente comprometida.
A ICAR enveredou pelos lugares comuns de uma retórica politiqueira: fala em “maquinações”, "campanha de difamação” , “forças hostis”…etc.
Isto é, desceu do seu pedestal sagrado aos confins terrenos, onde a realidade se sobrepõe às questões de fé. Onde o racional apaga o misticismo.
Na verdade, a ICAR, em vez de orquestrar manifestações de apoio ao seu Chefe máximo, deveria antes reflectir sobre a celebração deste domingo de Páscoa, realizada na catedral de Dublin, sob a direcção do cardeal Sean Brady – um manifesto encobridor de padres pedófilos – onde um grupo de católicos perturbou a cerimónia litúrgica a fim de colocar no mesmo altar onde se promete fidelidade a Bento XVI … sapatos de crianças!
A ICAR confrontada com uma série de vergonhosos escândalos de pedofilia que a atingem gravemente na sua pretensa vertente de guardiã das verdades morais, tem lidado mal com as naturais críticas dos seculares cidadãos do Mundo. As justas críticas – vindas de diversos sectores da sociedade civil - sobre um comportamento desviante no exercício do seu múnus religioso são, liminarmente, interpretadas, no Vaticano, como “ataques” ao supremo chefe da Igreja – Bento XVI.
Desde esta insólita atitude do decano dos cardeais que, ao ter lugar, per si revela uma pungente fragilidade do actual Papa, às congeminações do excorcista-mor do Vaticano, padre Gabriele Amorth, afirmando sentir que o diabo coabita na cidade santa, à prédica anti-semita de frei Raniero Cantalamessa – pregador da Casa Pontifícia - que teve a ousadia e o desplante de, num contra-ataque estouvado e infeliz, comparar as naturais reacções aos escândalos de pedofilia na Igreja Católica às perseguições sofridas pelos judeus (para mais tarde ter de publicamente se retratar), às elucubrações do jesuíta Federico Lombardi, porta-voz oficial do papado, que perante as evidencias de silenciamento e encobrimento, que a conta-gotas têm vindo a público, e que envolvem o então cardeal Ratzinger, tudo desmente, etc., a ICAR arma-se e mobiliza-se para enfrentar (tentar "apagar") uma das suas maiores crises de sempre.
A almejada "pacificação" não surgiu – como o Vaticano esperava – com a controversa carta pastoral aos irlandeses.
A ICAR atolou-se na lama, conviveu com a infâmia, tornou-se moralmente cumplice e não conseguirá limpar de uma penada as suas purpúreas vestes, nem mesmo nestes tempos de festividades pascais que, para os cristãos, significa "ressurreição". Uma ressurreição que tarda e estará irremediavelmente comprometida.
A ICAR enveredou pelos lugares comuns de uma retórica politiqueira: fala em “maquinações”, "campanha de difamação” , “forças hostis”…etc.
Isto é, desceu do seu pedestal sagrado aos confins terrenos, onde a realidade se sobrepõe às questões de fé. Onde o racional apaga o misticismo.
Na verdade, a ICAR, em vez de orquestrar manifestações de apoio ao seu Chefe máximo, deveria antes reflectir sobre a celebração deste domingo de Páscoa, realizada na catedral de Dublin, sob a direcção do cardeal Sean Brady – um manifesto encobridor de padres pedófilos – onde um grupo de católicos perturbou a cerimónia litúrgica a fim de colocar no mesmo altar onde se promete fidelidade a Bento XVI … sapatos de crianças!
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Abraço