Barroso, Portas, bifes e submarinos
Aconteceu a Durão Barroso com os submarinos o que me sucede com os bifes. Eu não sei onde a mulher os compra, o preço e a quantidade. Barroso não teve nos submarinos, tal como eu nos bifes, interferência directa. Apenas presidiu ao Conselho de Ministros que adjudicou os submersíveis coma mesma displicência com que eu me atiro à carne sem perguntar pelo ovo a cavalo e pelas contrapartidas na compra.
Claro que não se pode equiparar a importância das proteínas para sustentar o corpo na posição erecta com a necessidade dos veículos alemães para acossarem contrabandistas de tabaco e dissuadirem traficantes de droga.
Os bifes são dispensáveis e compram-se de longe em longe, quando se dá folga à carne de guisar, mais barata e igualmente eficaz, enquanto os submarinos são objectos que se requisitam todos os dias e nem se percebe que, tal como os bifes, não sejam adquiridos por ajuste directo.
Depois deste escândalo com que os alemães quiseram lançar suspeitas sobre o Governo que mais saudades deixou aos portugueses, excepto o de Santana Lopes, perguntei à minha mulher onde costuma comparar os bifes e que compensações lhe são oferecidas.
Qual não é o meu espanto ao saber que os compra no supermercado e que o preço está à vista de todos. Ainda perguntei se não tem uma amiga que a apresente ao Belmiro de Azevedo e se é hábito comprar um quilo de bifes sem lhe darem como recompensa dois ovos e um quilo de batatas. Riu-se.
Não há dúvida de que os negócios públicos não são para iniciados. A compra de um canal de televisão por uma empresa privada inquietou o PR, agitou a comunicação social, reuniu a AR e provocou um inquérito a Sócrates para saber se ele sabia do negócio e se mentiu quando disse que oficialmente não.
Temo ser constituído arguido por não saber onde a mulher compra os bifes e ser chamado a declarar se sabia ou não onde ela os comprava, e se recebi contrapartidas, mas tenho a certeza de que os submarinos são Peanuts, que é a forma como agora se chamam os amendoins em português.
Ninguém quer saber de submarinos.
Claro que não se pode equiparar a importância das proteínas para sustentar o corpo na posição erecta com a necessidade dos veículos alemães para acossarem contrabandistas de tabaco e dissuadirem traficantes de droga.
Os bifes são dispensáveis e compram-se de longe em longe, quando se dá folga à carne de guisar, mais barata e igualmente eficaz, enquanto os submarinos são objectos que se requisitam todos os dias e nem se percebe que, tal como os bifes, não sejam adquiridos por ajuste directo.
Depois deste escândalo com que os alemães quiseram lançar suspeitas sobre o Governo que mais saudades deixou aos portugueses, excepto o de Santana Lopes, perguntei à minha mulher onde costuma comparar os bifes e que compensações lhe são oferecidas.
Qual não é o meu espanto ao saber que os compra no supermercado e que o preço está à vista de todos. Ainda perguntei se não tem uma amiga que a apresente ao Belmiro de Azevedo e se é hábito comprar um quilo de bifes sem lhe darem como recompensa dois ovos e um quilo de batatas. Riu-se.
Não há dúvida de que os negócios públicos não são para iniciados. A compra de um canal de televisão por uma empresa privada inquietou o PR, agitou a comunicação social, reuniu a AR e provocou um inquérito a Sócrates para saber se ele sabia do negócio e se mentiu quando disse que oficialmente não.
Temo ser constituído arguido por não saber onde a mulher compra os bifes e ser chamado a declarar se sabia ou não onde ela os comprava, e se recebi contrapartidas, mas tenho a certeza de que os submarinos são Peanuts, que é a forma como agora se chamam os amendoins em português.
Ninguém quer saber de submarinos.
Comentários
E eu sei bem do que falo, pois trabalhei muito tempo num ACE de 16 empresas (chamado SUBNACE) dedicado, precisamente, a obter contrapartidas.
Cheguei mesmo a ir a Paris, com gente da Marinha, para tomar conhecimento do modelo dos submarinos franceses.
Estes, ofereciam o dobro das contrapartidas dos alemães, mas usavam uma técnica não testada (oxigénio liquefeito durante a imersão).
O facto de essa tecnologia ser demasiado nova deve ter pesado na opção pelos submarinos alemães.
Quando, a seguir, veio o governo do PSD/CDS já pouco (ou nada havia a fazer).
(Isso não impede que tenha havido irregularidades, comissões, dinheiro por fora, etc.)
Mas isso é outra coisa.
O que convinha que ficasse bem claro (e estou pronto a esclarecer quem ainda tenha dúvidas) é quem foi o cérebro dessa borrada.
NOTA: acresce a isso tudo o absurdo que são as contrapartidas em si mesmas:
Gastos para o Estado (compra e manutenção), lucros para as empresas privadas.