O Governo, a insensibilidade e a chantagem
Quando desempregados e doentes são imolados no altar das contas públicas, lembra-me o pedido de Deus a Abraão para lhe sacrificar o filho. Neste caso falamos de mitologia mas no caso do Orçamento português falamos da desumanidade dos homens que um dia foram chamados para um Governo que nos arrasta para a desgraça e nos lança na lama.
No caso do deus abraâmico há apenas a evocação de um livro da Idade do Bronze, com matriz hebraica, a refletir a desumanidade desses tempos; no caso atual há a tragédia que nos bateu à porta pela mão dos homens que nos couberam.
Se a tragédia nos dilacera, a revolta nos atinge e a mentira nos indigna, temos de inquirir que sede de vingança é essa de arremessar as culpas ao TC. O deslize constitucional da contas públicas, por obstinada provocação de marginais, serve para esconder o triplo, de que o vidente Gaspar não quer ouvir falar.
Não está só em causa a dívida tornada insustentável, está à vista o ódio à democracia, o asco à Constituição, o desprezo pelos trabalhadores e, finalmente, a insensibilidade para com doentes e desempregados.
Comentários
O grande problema é que os desenvolvimentos políticos em Portugal durante a última semana evidenciaram com clareza que estamos perante um 'Governo de lacaios'.
E esse facto - só por si - conduz a pertinentes conjecturas (históricas, p. exº.), nomeadamente, sobre o que poderá vir a seguir...