POR ONDE ANDA O SOCIALISMO DO PS ?
Não é costume a Assembleia da República formular votos de pesar pela morte de primeiros ministros estrangeiros, nem muito menos de antigos primeiros ministros. Mas desta vez abriu uma exceção.
Por iniciativa dos partidos do governo, foi aprovado no passado dia 12 um voto de pesar pelo falecimento da baronesa Margaret Thatcher. E não é um voto de pesar meramente protocolar, antes um texto marcadamente ideológico, longo de duas páginas A4, em que se tecem entusiásticas loas à defunta e à sua política. Nele podem ler-se, entre outras, as seguintes “pérolas”:
“assumiu uma postura antikeynesiana na defesa de uma menor intervenção pública na economia, menos impostos e mais liberdade” (liberdade para quem e para fazer o quê? Não se diz no voto).
“O seu plano de privatizações fica célebre, bem como a sua capacidade reformista centrada na iniciativa privada, no trabalho e no mérito.”
“Em 1984 enfrenta graves conflitos sociais, em particular a greve dos mineiros fortemente reprimida”
“o seu último mandato marcado pela recusa de maior integração europeia e pelo não menos célebre ‘poll tax’ (imposto de natureza regressiva) que viria a merecer uma fortíssima resistência popular”
O panegírico vai ao ponto de pôr a falecida a par de Churchill e de dizer que ela também proporcionou “um contributo para fazer um mundo melhor”!
Não é de admirar que o PPD e o CDS tenham proposto tal voto; já têm proposto e executado coisas muito piores e sobretudo muito mais perniciosas. Se se tratasse só disso, nem valeria a pena gastar cera com tão ruins defuntos.
Mas o pior é que, com exceção de treze deputados que se abstiveram, O PS VOTOU A FAVOR!! Não se consegue perceber como nem porquê!
Se fosse um voto meramente protocolar, ainda se admitia; mas trata-se de um autêntico manifesto antissocialista! Então um partido socialista subscreve loas à campeã do neoliberalismo, das privatizações, da repressão dos trabalhadores em greve, da “liberdade” para explorar o povo, da regressividade dos impostos, do agravamento da desigualdade? À mentora ideológica de Passos Coelho e Vítor Gaspar? O que dirão Mário Soares e Manuel Alegre?
O que pretende o PS com este voto aberrante? Agradar à troika e ao governo conservador dos nossos “amigos de Peniche” britânicos? Mostrar que é um partido “responsável”(!)? O pragmatismo tem limites; a partir de certo ponto torna-se em reles oportunismo.
O PS tem que tomar o socialismo a sério. Não pode ser um partido ideologicamente invertebrado. Os seus deputados não podem trair o mandato de quem votou neles!
Não, assim não vamos lá!
Por iniciativa dos partidos do governo, foi aprovado no passado dia 12 um voto de pesar pelo falecimento da baronesa Margaret Thatcher. E não é um voto de pesar meramente protocolar, antes um texto marcadamente ideológico, longo de duas páginas A4, em que se tecem entusiásticas loas à defunta e à sua política. Nele podem ler-se, entre outras, as seguintes “pérolas”:
“assumiu uma postura antikeynesiana na defesa de uma menor intervenção pública na economia, menos impostos e mais liberdade” (liberdade para quem e para fazer o quê? Não se diz no voto).
“O seu plano de privatizações fica célebre, bem como a sua capacidade reformista centrada na iniciativa privada, no trabalho e no mérito.”
“Em 1984 enfrenta graves conflitos sociais, em particular a greve dos mineiros fortemente reprimida”
“o seu último mandato marcado pela recusa de maior integração europeia e pelo não menos célebre ‘poll tax’ (imposto de natureza regressiva) que viria a merecer uma fortíssima resistência popular”
O panegírico vai ao ponto de pôr a falecida a par de Churchill e de dizer que ela também proporcionou “um contributo para fazer um mundo melhor”!
Não é de admirar que o PPD e o CDS tenham proposto tal voto; já têm proposto e executado coisas muito piores e sobretudo muito mais perniciosas. Se se tratasse só disso, nem valeria a pena gastar cera com tão ruins defuntos.
Mas o pior é que, com exceção de treze deputados que se abstiveram, O PS VOTOU A FAVOR!! Não se consegue perceber como nem porquê!
Se fosse um voto meramente protocolar, ainda se admitia; mas trata-se de um autêntico manifesto antissocialista! Então um partido socialista subscreve loas à campeã do neoliberalismo, das privatizações, da repressão dos trabalhadores em greve, da “liberdade” para explorar o povo, da regressividade dos impostos, do agravamento da desigualdade? À mentora ideológica de Passos Coelho e Vítor Gaspar? O que dirão Mário Soares e Manuel Alegre?
O que pretende o PS com este voto aberrante? Agradar à troika e ao governo conservador dos nossos “amigos de Peniche” britânicos? Mostrar que é um partido “responsável”(!)? O pragmatismo tem limites; a partir de certo ponto torna-se em reles oportunismo.
O PS tem que tomar o socialismo a sério. Não pode ser um partido ideologicamente invertebrado. Os seus deputados não podem trair o mandato de quem votou neles!
Não, assim não vamos lá!
Comentários
Estará em marcha um plano de 'pensamento único'? (que certamente seria muito apreciado pelos 'credores'...).
Para memória futura o PS deve ter sempre presente que a Direita não aprecia, nem reconhece favores.
Só aceita rendições (incondicionais) …