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Assim vai o meu país … (Ao correr das teclas) – 02/09/2024
Por
Carlos Esperança
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Marcelo e Montenegro, o Sr. Feliz e o Sr. Contente, acompanhados do outro que o golpe urdido no Palácio de Belém com a PGR levou à presidência da AR, foram ontem prestar justas homenagens às vítimas do trágico acidente de helicóptero no rio Douro. Podiam ter evitado atrasar a missa para exibirem na igreja a compunção aos familiares e ao País, mas a laicidade é a vítima dos tartufos de uma República laica. Eles são assim! Ontem, só às 23 horas pude ver os programas que desejava, agora que aprendi a fazê-lo. Vi o bruxo de Fafe, alter ego do PR e possível sucessor na homilia semanal do costume. Falou de forma ligeira da gravidade do roubo dos computadores no próprio Ministério da Administração Interna porque ficava para o humor de Ricardo Araújo Pereira (RAP) que no mesmo canal teria depois o seu programa. Referiu-se ao discurso de Pedro Nuno dos Santos como brilhante e eficiente por ter conseguido afastar a pressão da AD para aprovar sem condições o OE/2025. Também considerou igual...
Curiosidades
Por
Carlos Esperança
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Comentários
(A propósito da pintura “Les Demoiselles d’ Avignon”)*
Não sei se as fodeste, antes de as pintares
para lhes matar o erotismo e a beleza
sei que não te enforcaste atrás da tela
como previra Derain
a carne rósea está lá, bem esquadrinhada,
sob o fundo azul da tua matriz original
e em explosivo esplendor,
resultado da tua arte,
mas espartilhada na frieza
das linhas firmes
rasgadas a régua e a esquadro.
Os rostos foram talhados a machado
e só os olhos brilham
em esquadrias angulosas
e não sei se há naqueles olhares
um qualquer desapiedado desprezo
ou algum apelo ou desagravo
ou até uma incisiva acusação,
pois ternura e afectos são coisas que lá não vejo.
Eu sei que te inspiraste em formas arcaicas
embora negues a herança negróide
do nariz de todas elas
mas quero dizer-te, Picasso,
com esta geometria descentrada
salvaste a pintura e a Humanidade
e soubeste afirmar a arte como mentira
tal como Plínio afirmou
a propósito daquele pintor romano
que pintou uvas tão perfeitas
que até os pássaros as foram debicar.
E, para comer, tu apenas nos deixaste
no fundo da tela
o cacho de uvas, a pêra, a maçã,
e uma talhada de melancia.
És um forreta, Picasso,
e agora já sei que as fodeste, antes de as pintares.
Alexandre de Castro