Marinho e Pinto e as incógnitas do regime
Marinho e Pinto é umo fenómeno que provoca enorme prurido e brotoeja nos aparelhos partidários. Já era uma figura mediática, tornou-se a personalidade capaz de baralhar a aritmética eleitoral.
As duas entrevistas de hoje, na Visão e no DN, mostram que o advogado popular ainda não se tornou populista, mantém-se cauto. Esperemos que não se julgue providencial.
Tudo o que disse pode ser repetido por um social-democrata do PS, com preocupações ecologistas, mas não pode ser aceite por uma direita em contubérnio permanente com o capital financeiro. A direita dos submarinos e do BPN e a que mora na linha de Cascais ou na praia da Coelha não pode subscrever o seu pensamento ou deixar de condicionar o seu combate político.
O PCP, que nunca ganhou um só voto com o satélite ornamental – os Verdes –, não terá capacidade de impedir um partido fora da sua área e que prossiga objetivos ecológicos. Aliás, faz falta, em Portugal, um partido ecologista autónomo.
Marinho e Pinto ensaia um partido ecologista, republicano e laico, situado na área do PS. No meu ponto de vista será mais perigoso para qualquer outro partido do que para o PS, embora seja aqui que faça mais mossa eleitoral, como certamente acabou de fazer.
Um partido socialista não pode ter no seu seio – como tem –, uma ala liberal, a menos que abandone a tradição histórica da social-democracia. O liberalismo é um ornamento tão prejudicial como a viúva de um brilhante ministro das Finanças ou o bouquet demo-cristão que polui a matriz republicana.
Marinho e Pinto vai fazer o seu percurso e tanto pode ser um fogo-fátuo, que se apague, como um aliado imprescindível. É prematuro, para o PS, ostracizá-lo ou hostilizá-lo. O universo partidário está fragilizado e a Grécia pode ser o próximo modelo de Portugal.
As duas entrevistas de hoje, na Visão e no DN, mostram que o advogado popular ainda não se tornou populista, mantém-se cauto. Esperemos que não se julgue providencial.
Tudo o que disse pode ser repetido por um social-democrata do PS, com preocupações ecologistas, mas não pode ser aceite por uma direita em contubérnio permanente com o capital financeiro. A direita dos submarinos e do BPN e a que mora na linha de Cascais ou na praia da Coelha não pode subscrever o seu pensamento ou deixar de condicionar o seu combate político.
O PCP, que nunca ganhou um só voto com o satélite ornamental – os Verdes –, não terá capacidade de impedir um partido fora da sua área e que prossiga objetivos ecológicos. Aliás, faz falta, em Portugal, um partido ecologista autónomo.
Marinho e Pinto ensaia um partido ecologista, republicano e laico, situado na área do PS. No meu ponto de vista será mais perigoso para qualquer outro partido do que para o PS, embora seja aqui que faça mais mossa eleitoral, como certamente acabou de fazer.
Um partido socialista não pode ter no seu seio – como tem –, uma ala liberal, a menos que abandone a tradição histórica da social-democracia. O liberalismo é um ornamento tão prejudicial como a viúva de um brilhante ministro das Finanças ou o bouquet demo-cristão que polui a matriz republicana.
Marinho e Pinto vai fazer o seu percurso e tanto pode ser um fogo-fátuo, que se apague, como um aliado imprescindível. É prematuro, para o PS, ostracizá-lo ou hostilizá-lo. O universo partidário está fragilizado e a Grécia pode ser o próximo modelo de Portugal.
Comentários
Teses sobre 'populismo' e 'arranjismo' pululam e debitam miríficos, fantasiosos e dantescos cenários. Um deles talvez o mais injurioso - que tive oportunidade de ler ontem - é tentar colá-lo à miserável prestação do Dr. Fernando Nobre.
Como diz o post a intervenção política do Dr. Marinho Pinto poderá ser um 'fogo fátuo' - por circunstâncias 'alheias à sua vontade' - mas, quem o conhece, deve ter como certo que (a verificarem-se essas circunstâncias) o visado inevitavelmente baterá com a porta (e provocará algum estrondo!).