Marinho Pinto e as eleições europeias
Devo começar com uma declaração de interesse: sou amigo de António Marinho Pinto. Liga-me a ele uma sólida e permanente amizade, começada num café/cooperativa onde se reuniam adversários da ditadura, desde o início do ano de 1973 – a Clepsidra.
Dito isto, e sem qualquer relação com a minha intenção de voto nas eleições europeias, devo a Marinho Pinto a solidariedade que merece um ostracizado pela comunicação social. Raros candidatos ao Parlamento Europeu terão a notoriedade do ex-bastonário da Ordem dos Advogados, duas vezes eleito. Raros são os cidadãos tão lutadores, frontais e corajosos.
Quase todo o país o conhece e raras pessoas sabem que é candidato, atitude de que eu, se pudesse, o dissuadiria, mas que ele tomou. Os eleitores merecem ser informados da sua decisão cívica. E não são. É malevolamente ignorado como se não tivesse passado, currículo e credibilidade.
A razão que me leva a verberar a ostracização a que é votado Marinho Pinto é a mesma que uso para o PCP, alheia às minhas convicções políticas, mas que me indigna. O PCP tem habitualmente uma pequena fração do tempo de antena do CDS, partido residual, numa atitude de hostilidade e discriminação inaceitáveis.
Marinho Pinto está a ser ignorado de forma despudorada. É uma vergonha.
Apostila – Rui Tavares é outro caso de boicote flagrante. Por enquanto, até é eurodeputado.
Dito isto, e sem qualquer relação com a minha intenção de voto nas eleições europeias, devo a Marinho Pinto a solidariedade que merece um ostracizado pela comunicação social. Raros candidatos ao Parlamento Europeu terão a notoriedade do ex-bastonário da Ordem dos Advogados, duas vezes eleito. Raros são os cidadãos tão lutadores, frontais e corajosos.
Quase todo o país o conhece e raras pessoas sabem que é candidato, atitude de que eu, se pudesse, o dissuadiria, mas que ele tomou. Os eleitores merecem ser informados da sua decisão cívica. E não são. É malevolamente ignorado como se não tivesse passado, currículo e credibilidade.
A razão que me leva a verberar a ostracização a que é votado Marinho Pinto é a mesma que uso para o PCP, alheia às minhas convicções políticas, mas que me indigna. O PCP tem habitualmente uma pequena fração do tempo de antena do CDS, partido residual, numa atitude de hostilidade e discriminação inaceitáveis.
Marinho Pinto está a ser ignorado de forma despudorada. É uma vergonha.
Apostila – Rui Tavares é outro caso de boicote flagrante. Por enquanto, até é eurodeputado.
Comentários
A tese expressa pelos ocupantes de Wall Street (já completamente esquecidos) foi uma antevisão pragmática da realidade: “Somos os 99% governados por 1% da população que, como escreveu Joseph Stiglitz, “controla mais de 40% da riqueza”, graças a “sistemas fiscais nos quais um bilionário como Warren Buffett paga menos tributos do que sua secretária e os especulado¬res, que contribuíram para o colapso da economia global, têm imposições fiscais mais baixas do que aqueles que trabalham para viver”.
Marinho sabe quem pertence aos 99% e que esta constatação dos ‘indignados’ representa a dissolução de qualquer tentativa de construção democrática (no Mundo e não só na Europa).
Sendo um acérrimo defensor do ‘Estado de Direito’, Marinho Pinto, não poderá deixar de olhar para as presentes eleições para o Parlamento Europeu com acrescidas preocupações. O ataque ao constitucionalismo enquanto sistema de limites e vínculos aos poderes políticos tem sido uma constante dos último 3 anos e nestas eleições através do status quo gerador de uma bipolaridade representativa sediada em Estrasburgo tenta assentar praça (consagrar-se) na Europa e perdurar por cima (ou à revelia) de eleições nacionais condicionadas a Pactos (nunca escrutinados pelos europeus).
É por esta razão que Marinho Pinto tem de ser silenciado…
Quem detém os principais órgãos de comunicação social, os mesmos que detêm as principais agências noticiosas, arranja maneira de só considerar notícia publicável aquilo que influencie a opinião pública no sentido que pretendem.
Os jornais russos noticiaram, durante a recente crise da Crimeia, que um vaso de guerra americano foi atacado por um avião russo de radio-interferências que conseguiu paralisar quase totalmente os equipamentos americanos do barco. De regresso ao mar báltico, alguns oficiais do navio pediram a demissão. E que disse a Reuters? Nada! Para eles isto não é uma notícia. Deve ter sido tudo invenção dos russos!
Lamento dizê-lo , mas deve andar distraído.
A entente é para perpetuar.