Abaixo o terrorismo
Bin Laden insistiu novamente, na última sexta-feira, no combate a Israel e aos seus aliados do Ocidente.
A mensagem em que apela aos «verdadeiros muçulmanos» é o habitual apelo ao ódio e ao extermínio dos que designa por infiéis. E todos sabemos que infiéis são todos os fiéis de um ramo diferente da sua crença, os de qualquer outra crença e, sobretudo, os de crença nenhuma.
Bin Laden não é um esquizofrénico cuja demência se controle com medicação, é um biltre fascista intoxicado pelo Corão, um beato obstinado pelo Paraíso que pretende conquistar pela crueldade e à custa de sangue, de muito sangue.
Os EUA, por mais detestável que seja o seu último presidente, por maiores desvios que tenham sofrido os ideais laicistas dos seus fundadores, permanecem uma democracia. A Europa é um espaço democrático onde a laicidade impede o proselitismo rancoroso dos mais devotos. Mesmo Israel, onde os judeus das trancinhas entraram na deriva sionista, tem forças laicas que preservam a democracia e impedem que a Tora se sobreponha às leis do Estado.
As ameaças à União Europeia por causa das caricaturas de Maomé e, agora, ao Europeu de 2008, são ameaças à civilização. Bin Laden é o herói da rua islâmica, o celerado que acicata o ódio que as madraças cultivam e as mesquitas difundem nas homilias em que apelam à guerra santa.
No cristianismo, se alguém cumprir à letra as determinações da Bíblia, cai sob a alçada do Código Penal e vai preso. O mesmo acontece aos judeus que, há muito, desistiram de matar que quer que seja encontrado a trabalhar ao Sábado. Mas, nas teocracias islâmicas o Corão é cumprido literalmente e não há exegese que negue ou ponha em dúvida o que está escrito nesse plágio grosseiro do cristianismo onde falta a influência da cultura grega e do direito romano.
É por isso que da pedofilia, sob a capa do matrimónio, à poligamia, das chicotadas às lapidações, da decapitação à mutilação, passando pela humilhação da mulher e pelas explosões suicidas, não há loucura criminosa que não deixe Maomé feliz e os homicidas consolados com a própria morte, após o crime que lhes abre as portas do Paraíso.
Não podemos, sob o pretexto do multiculturalismo, descurar a defesa da civilização e a separação da Igreja/Estado. A igualdade entre homens e mulheres, a abolição da tortura, da discriminação sexual, da xenofobia e do racismo, são imperativos civilizacionais.
O sionismo, qualquer imperialismo, a exploração dos países pobres, a humilhação dos palestinianos e outros crimes do capitalismo selvagem, são reais, mas a democracia é uma vacina que atenua e corrige as suas perniciosas consequências.
Pelo contrário, as teocracias são sistemas que odeiam a liberdade e a autodeterminação pessoal, que humilham as mulheres e impedem os crentes de se tornarem cidadãos.
Não haverá grandes diferenças entre Urbano II e Bin Laden mas a humanidade não pode esperar sete séculos para que, no Islão, surja uma revolta igual à Revolução Francesa.
A mensagem em que apela aos «verdadeiros muçulmanos» é o habitual apelo ao ódio e ao extermínio dos que designa por infiéis. E todos sabemos que infiéis são todos os fiéis de um ramo diferente da sua crença, os de qualquer outra crença e, sobretudo, os de crença nenhuma.
Bin Laden não é um esquizofrénico cuja demência se controle com medicação, é um biltre fascista intoxicado pelo Corão, um beato obstinado pelo Paraíso que pretende conquistar pela crueldade e à custa de sangue, de muito sangue.
Os EUA, por mais detestável que seja o seu último presidente, por maiores desvios que tenham sofrido os ideais laicistas dos seus fundadores, permanecem uma democracia. A Europa é um espaço democrático onde a laicidade impede o proselitismo rancoroso dos mais devotos. Mesmo Israel, onde os judeus das trancinhas entraram na deriva sionista, tem forças laicas que preservam a democracia e impedem que a Tora se sobreponha às leis do Estado.
As ameaças à União Europeia por causa das caricaturas de Maomé e, agora, ao Europeu de 2008, são ameaças à civilização. Bin Laden é o herói da rua islâmica, o celerado que acicata o ódio que as madraças cultivam e as mesquitas difundem nas homilias em que apelam à guerra santa.
No cristianismo, se alguém cumprir à letra as determinações da Bíblia, cai sob a alçada do Código Penal e vai preso. O mesmo acontece aos judeus que, há muito, desistiram de matar que quer que seja encontrado a trabalhar ao Sábado. Mas, nas teocracias islâmicas o Corão é cumprido literalmente e não há exegese que negue ou ponha em dúvida o que está escrito nesse plágio grosseiro do cristianismo onde falta a influência da cultura grega e do direito romano.
É por isso que da pedofilia, sob a capa do matrimónio, à poligamia, das chicotadas às lapidações, da decapitação à mutilação, passando pela humilhação da mulher e pelas explosões suicidas, não há loucura criminosa que não deixe Maomé feliz e os homicidas consolados com a própria morte, após o crime que lhes abre as portas do Paraíso.
Não podemos, sob o pretexto do multiculturalismo, descurar a defesa da civilização e a separação da Igreja/Estado. A igualdade entre homens e mulheres, a abolição da tortura, da discriminação sexual, da xenofobia e do racismo, são imperativos civilizacionais.
O sionismo, qualquer imperialismo, a exploração dos países pobres, a humilhação dos palestinianos e outros crimes do capitalismo selvagem, são reais, mas a democracia é uma vacina que atenua e corrige as suas perniciosas consequências.
Pelo contrário, as teocracias são sistemas que odeiam a liberdade e a autodeterminação pessoal, que humilham as mulheres e impedem os crentes de se tornarem cidadãos.
Não haverá grandes diferenças entre Urbano II e Bin Laden mas a humanidade não pode esperar sete séculos para que, no Islão, surja uma revolta igual à Revolução Francesa.
Comentários
"As causas do conflito no 60º aniversário do estabelecimento do Estado de ocupação israelita". Este o tema de mais uma anunciada prelecção de Bin Laden.
Começa a faltar paciência para analisar os discursos de Bin Laden, onde se repetem cascatas de ameaças, contra tudo e contra todos, fora de qualquer contexto histórico, político e, em meu entender, até religioso.
Esta uma questão viva da política actual do Médio Oriente que é pretexto para manter o Mundo em estado de permanente ameaça. Não podemos deixar-nos enredar por este caminho. A ameaça permanente.
Transformar o fundamentalismo religioso, agressivo, violento e mortal numa espada de Dâmocles, ou num estado de danação perene.
Todavia, o fundamentalismo não voga ao sabor de idiotices. Se neste momento vai buscar o 60º. aniversário da ocupação israelita da Palestina que visou (e conseguiu) a criação do Estado de Israel é porque a presença de G. W. Bush nessas paragens, quando o Munso árabe assinala essa efeméride é uma atitude, politicamente, desastrada.
Diplomaticamente, inconveniente.
O Ocidente sempre teve dificuldade em digerir a questão israelo-palestina, na saída da II Guerra Mundial.
De facto, a escolha da Palestina não contemplava qualquer estratégia americana ou britânica, embora existisse um projecto sionista, muito mais recuado, inspirado no então “imperialismo europeu”.
Para a criação do estado judaico Grã-bretanha ofereceu parte da península do Sinai (praticamente um deserto), depois como potencia imperial em África o Uganda e finalmente cede às pressões sionistas em relação à Palestina. Esta estratégia de apoio ao sionismo não trouxe outra coisa para além de evidentes prejuízos políticos e estratégicos aos EUA e GB no Oriente Médio.
A tese de que o Ocidente apoiou Israel para encravar uma democracia no Oriente medieval, feudal e autoritário, tem os resultados à vista.
A outra que baseava a utilidade da existência de um Estado sionista durante a Guerra Fria que possibilitasse a instalação de bases militares hostis à URSS, esqueceu-se da existência da Turquia que, de facto, desempenhou, esse papel.
Surpreendentemente, do ponto de vista estratégico no campo da política internacional ocidental não há qualquer fundamento sério ou elaborado que explique o surgimento do Estado de Israel.
Todavia, a estratégia sionista foi grandiosa e de uma eficiência espantosa.
Escolheu-se a Palestina por múltiplas razões.
Jerusalém nunca poderá ser esquecida das 3 religiões abraamicas, reveladas.
Mas, também porque era uma região subdesenvolvida passível de uma colonização do tipo europeu.
Todavia, o apelo religioso não pode ser desvalorizado.
Utilizando metáforas bíblicas espúrias, difunde-se uma ideologia que faz reviver o “direito” do povo judeu à “terra prometida”.
A URSS jogou nesta questão um papel dúbio, na convicção de que o Estado de Israel lhe traria vantagens.
Stalin tinha uma fraca intuição estratégica, desconhecia o Médio-Oriente e esmagado pelo falsos equilíbrios da Guerra Fria, menosprezou a ira dos árabes.
A fundação de Israel na ONU passa por episódios rocambolescos, incluindo o suborno e a corrupção. Mas determinante para a aprovação do Estado de Israel na Assembleia Geral da ONU, foram circunstâncias da política interna americana. Truman tinha um pacto com os sionistas que o levou a forçar o seu agendamento e conseguir a sua aprovação.
Ao apoiar a partilha da Palestina e de imediato reconhecer o Estado de Israel (que de facto fisicamente ainda não existia), Harry Truman e o Partido Democrático que o apoiava e aos seus interesses nas eleições que se aproximavam.
Com este acto pôde contar com os votos judeus. Não sabia é que tinha desencadeado uma tempestade política e histórica que tem inflamado o Mundo durante seis dezenasa de anos.
Bush foi, agora, ao Oriente, a Israel, nas vésperas das eleições americanas, numa romagem tradicional dos políticos norte-americanos. Foi procurar apoios financeiros em Telaviv para o Partido Republicano e segurar os votos dos judeus americanos.
Os Democratas, em breve, estarão a fazer o mesmo, em nome do pragmatismo político.
Por detrás do pano, Bin Laden, ameaça, discursando.
Em Gaza não há discursos. Ouvem-se gritos a lamentar mortes, enterros precipitados e vidas em perigo.
Até Bin Laden está fora do cenário.
É, neste palco, que um mero figurante se julga o contra-regra.
Confundir esta gente com o Islão é um exercício muito próximo daquele que ela defende.
Mas o seu ódio à religião não o deixa ver mais.
Mas mais importante do que isso é que o Estado de Israel é hoje uma realidade incontornável: a grande maioria dos seus habitantes nasceu lá e nunca teve outro país. Vamos agora deitá-los ao mar?
Naqueles territórios há lugar para todos, isrraelitas e palestinianos; assim houvesse boa vontade e desejo de paz. Mas de cada vez que uma facção palestiniana faz um esforço no sentido da paz, logo aparece outra mais extremista, financiada por quem nós sabemos, a boicotar esse esforço.
O principal culpado pelo clima de guerra no médio oriente é o estado de Israel e o seu aliado americano
Lembrei-me, agora, daquela velha história de uma mãe judia, separando-se do filho convocado para servir o exército do czar contra os turcos.
"Não exija demais de você mesmo", aconselhava ao filho. "Mate um turco, e descanse. Mate outro turco, e descanse outra vez..."
"Mas, mãe", diz o filho, "E se o turco me matar?"
"Matar-te?", grita ela, indignada. "Por quê? Que mal lhe fizeste?!".