Quo vadis, Manuel Alegre
No encerramento do fórum “Democracia e serviços públicos”, Manuel Alegre defendeu que a “base programática” que saiu do encontro “é para ir a votos” e quando questionado sobre a criação de um partido político respondeu: “Nada está proibido pela lei”. Disse ainda que “com este PS assim” dificilmente será candidato.
Nota: Edmundo Pedro, um herói da resistência ao fascismo, já ficou pelo caminho.
Nota: Edmundo Pedro, um herói da resistência ao fascismo, já ficou pelo caminho.
Comentários
Existe, nesse governo, uma insanável apetência pelo espaço de Centro-Dirieita que tem gerado muitas reservas aos socialistas.
A voz de Manuel Alegre tem sido, por assim dizer, a consciência crítica e ética, dos valores da esquerda, no seu próprio Partido. Tem podido exercê-la com toda a liberdade.
O comício de ontem, feriu essa qualidade.
Foi extremamente crítico para o PS - mantêm portanto a consciência crítica - mas, em termos éticos, extravasou os limites do aceitável.
Manuel Alegre tem toda a liberdade de fazer o discurso que fez, mas eticamente, deveria ter previamente saído do PS.
De resto, a manter-se o statu quo actual, as suas propostas tornam-se incompreensíveis para os socialistas e para os portugueses.
Alegre faz comentários a conjunturas, quando que se deseja uma análise objectiva, solidez técnica na argumentação, isto é, alternativas e não apenas críticas avulso.
Em Alegre está sempre uma referência a uma esperança do passado, quando ela é precisa hoje, numa governabilidade necessária, entre o manter tudo o que estava e o que a mudança exige que se mude. Entre o interesse dos grupos instalados e a reforma pelo interesse público. Entre o gasto e a sustentabilidade.
Em Alegre até parece que se desconhece que todos os dias se têm que fazer escolhas.