A União Europeia, as eleições e Portugal
Enquanto os nacionalismos e a decadência corroem os alicerces da União Europeia, exacerbam-se os radicalismos, aumenta a desilusão e os eleitores afastam-se das mesas de voto como os muçulmanos do álcool.
Em Portugal, onde a democracia nunca conseguiu ser uma escola de formação cívica, o desinteresse devora a própria democracia. O alheamento do exercício do voto é sintoma de desilusão, mas também, e sobretudo, de quem deixou de acreditar em si próprio.
Temos de viver com os eleitores que temos, com os que ainda se recordam das fraudes eleitorais, do partido único e da perseguição aos opositores e com os que, cumprindo o dever cívico, acreditam que há democracias perpétuas.
Em Portugal, onde a maioria desconhece o reforço dos poderes do Parlamento Europeu e, pela primeira vez, a sua importância, na decisão quanto ao presidente da Comissão Europeia, estas eleições são, sobretudo, a primeira volta das legislativas e o julgamento do Governo e do PR que se transformou em seu porta-voz e assessor.
Quando 70% dos cidadãos que contam, os que se deram à maçada de ir votar, rejeitam o Governo, o PR e o descarado apoio de Durão Barroso, Portugal passa a viver com o PR e um Executivo que mantêm a legalidade mas perderam a legitimidade.
O interesse nacional e a ética republicana mandam que o PR dissolva a AR e convoque eleições legislativas e que, a seguir, renuncie ao seu cargo, que neste segundo mandato, por razões desconhecidas, hipotecou aos interesses da coligação hoje derrotada.
Para lá dos que se esforçam para ampliar as vitórias ou minimizar as derrotas, há uma ilação implacável: este governo, este PR e esta maioria são absolutamente indesejáveis.
A CDU subiu de forma notável, o BE não desapareceu, o Marinho Pinto é um novo partido e o PS ganhou as eleições. A direita passou a ser irrelevante com os atuais dirigentes.
Em Portugal, onde a democracia nunca conseguiu ser uma escola de formação cívica, o desinteresse devora a própria democracia. O alheamento do exercício do voto é sintoma de desilusão, mas também, e sobretudo, de quem deixou de acreditar em si próprio.
Temos de viver com os eleitores que temos, com os que ainda se recordam das fraudes eleitorais, do partido único e da perseguição aos opositores e com os que, cumprindo o dever cívico, acreditam que há democracias perpétuas.
Em Portugal, onde a maioria desconhece o reforço dos poderes do Parlamento Europeu e, pela primeira vez, a sua importância, na decisão quanto ao presidente da Comissão Europeia, estas eleições são, sobretudo, a primeira volta das legislativas e o julgamento do Governo e do PR que se transformou em seu porta-voz e assessor.
Quando 70% dos cidadãos que contam, os que se deram à maçada de ir votar, rejeitam o Governo, o PR e o descarado apoio de Durão Barroso, Portugal passa a viver com o PR e um Executivo que mantêm a legalidade mas perderam a legitimidade.
O interesse nacional e a ética republicana mandam que o PR dissolva a AR e convoque eleições legislativas e que, a seguir, renuncie ao seu cargo, que neste segundo mandato, por razões desconhecidas, hipotecou aos interesses da coligação hoje derrotada.
Para lá dos que se esforçam para ampliar as vitórias ou minimizar as derrotas, há uma ilação implacável: este governo, este PR e esta maioria são absolutamente indesejáveis.
A CDU subiu de forma notável, o BE não desapareceu, o Marinho Pinto é um novo partido e o PS ganhou as eleições. A direita passou a ser irrelevante com os atuais dirigentes.
Comentários
Tudo foi feito cá dentro para tirar visibilidade e importância ao acto eleitoral que decorreu ontem.
A abstenção não foi um acidente nem será tão somente o somatório de desilusões com o comportamento dos políticos.
O comportamento da 'maioria' PSD/CDS perante os resultados que lhe arrebatam o tão utilizado qualificativo faz parte da estratégia neoliberal onde o status quo é determinante para a prossecução dessas políticas
Os portugueses não devem ficar indiferentes porque a actual maioria acossada pelo julgamento dos eleitores 'vai mostrar os dentes' (para usar uma expressão do PREC).
O ano que falta para o fim da legislatura, a partir de ontem, passou a ser determinante para os desígnios daqueles que, tendo assaltado o poder há 3 anos, sonham com a 'alegoria bíblica' de um empobrecimento 'libertador e expansivo'.
Ontem, ficou claro que a vigilância democrática terá de ser reforçada.
Por outro lado foram abertos novos caminhos para combater a Direita.
Falta desbravar os escolhos (múltiplos...) para fugir a um terrível 'destino' que efectivamente 'não está escrito nas estrelas'.