Mariani e a mensagem de Natal
Mariani era a vivenda de Mari(a) e Aní(bal) um casal algarvio que a tinha batizado com os nomes próprios de cônjuges enlevados e que as vicissitudes da vida levaram a trocar por uma sumptuosa vivenda na Praia da Coelha, numa feliz permuta sem tornas.
Tendo o cônjuge masculino do ditoso casal, depois de um jantar em casa de Ricardo Salgado, com os casais Marcelo e Barroso, aceitado candidatar-se a PR, passou a ser o órgão unipessoal da República, com direito a debitar mensagens de Natal.
Hoje, a mensagem, cujo conteúdo me escapou, perdido na coreografia conjugal, teve um aspeto inédito. Em vez do PR apareceu o casal presidencial e, a substituir o Comandante Supremo das Forças Armadas, veio a primeira dama, acompanhada do esposo. A recitar a mensagem de Natal estiveram os dois inquilinos de Belém a alternar as falas, atentos às deixas, numa ternurenta aparição, como se fossem dois adereços do presépio.
No próximo ano, quem julga o PR incapaz de inovar, assistirá à mensagem de Natal, em jeito de jograis, com os dois cônjuges a recitarem em conjunto as mesmas falas. O PR já não é um órgão unipessoal, é um casal que arrematou Belém com 10 anos de isenção de renda.
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