Um inoportuno mensageiro...
O Ministro dos Negócios
Estrangeiros, Rui Machete, é um político da 'velha guarda' que tem navegado
entre as 'gaffes' (algumas graves) e a mediania das prestações. Resolveu,
tardiamente, intrometer-se na política.
Aparece, através da Lusa, a endereçar uma mensagem de Natal - aparentemente sem destinatário definido - onde
apela à "classe política para que garanta o 'escrupuloso
respeito pelos sacrifícios feitos pelos portugueses' no 'caminho de
consolidação' que o país tem "pela frente".
Ninguém
lhe reconhece autoridade, quer institucional, quer ao nível partidário, para pisar
os terrenos (armadilhados) por onde resolveu deambular. O tema dos 'sacrifícios que
valeram a pena' é demasiado pantanoso (e 'eleiçoeiro') para ser invocado ao desbarato.
Na realidade,
o reconhecimento da existência de pesados sacrifícios por parte dos portugueses
para superar os problemas levantados pela resposta deste Governo à crise
orçamental e financeira é um assunto demasiado sério e traumático para ser
abordado num âmbito de 'pieguice natalícia'.
Os sacrifícios (já) efectuados deverão ser avaliados quanto a sua (nebulosa) finalidade, (imperiosa) inevitabilidade e (injusta) proporcionalidade.
Não caíram do céu e não carregam um inevitável (determinista) cunho divino. E, por outro lado, não representam uma fase transitória, intermédia e fugaz do processo em curso. Estão para ficar e para prolongar-se para futuro. Este é o 'caminho da consolidação' (de que fala pela rama) e que pretende apresentar como um facto adquirido, inevitável e acidental (um dano colateral) para ser lamentado e colocado fora de qualquer discussão e isento de alternativas.
Os sacrifícios (já) efectuados deverão ser avaliados quanto a sua (nebulosa) finalidade, (imperiosa) inevitabilidade e (injusta) proporcionalidade.
Não caíram do céu e não carregam um inevitável (determinista) cunho divino. E, por outro lado, não representam uma fase transitória, intermédia e fugaz do processo em curso. Estão para ficar e para prolongar-se para futuro. Este é o 'caminho da consolidação' (de que fala pela rama) e que pretende apresentar como um facto adquirido, inevitável e acidental (um dano colateral) para ser lamentado e colocado fora de qualquer discussão e isento de alternativas.
Para que a
sua mensagem fosse verdadeira e conforme o momento de 'concórdia' que inunda esta
quadra motivando a produção de mensagens em catadupa, o senhor Ministro que tem
dificuldades em recordar a sua participação no 'escândalo BPN' e em evitar 'embrulhadas'
relativas aos processos do MP relativos a dirigentes angolanos, bem como revelações
inoportunas sobre jihadistas, etc., deveria manifestar um escrupuloso respeito
pelo 'exército de pobres' e de 'exilados' que os tais sacrifícios geraram e que no
presente não se lhes oferece qualquer tipo de 'redenção' (para usar a linguagem
piedosa desta época), a não ser 'mais sacrifícios'..
Não o fez
porque a sua ambição é pequena e as sua intenções medíocres. Ao pretender
justificar o 'seu Governo', passou ao lado do 'seu' País. O que não sendo
inédito, é manifestamente recorrente nos actuais governantes e reveste-se de
uma incomensurável hipocrisia, absolutamente deslocada do momento político,
social e, atendendo à quadra, religioso.
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