Demagogia ou ignorância
Nuno Melo (foto da Lusa - site CDS/PP)
Ontem o deputado do CDS Nuno Melo, talvez ressentido com o corte das subvenções aos políticos, acusou Sócrates de afirmar que prescindiu da subvenção de primeiro-ministro e que, afinal, mantém a subvenção vitalícia por ter sido deputado.
Quer o jovem deputado e sofrível cidadão que o político Sócrates não tenha reforma quando chegar à altura própria?
Ninguém explica ao líder do CDS que o que está em causa é a justiça e moralidade das medidas tomadas pelo Governo.
O que se contesta é o tempo exíguo para a obtenção de benefícios imorais, a faculdade de os acumular com um vencimento público e a idade a partir da qual podem ser usufruídos.
O que o deputado Nuno Melo contestou foi o direito à aposentação – um «subsídio» vitalício a que todos os trabalhadores têm direito, de acordo com o número de anos de trabalho, a idade e os descontos feitos.
Apostila – Circula por aí uma lista anónima denunciando as reformas dos políticos. O primeiro nome é o de António Almeida Santos, com uma «pensão vitalícia» de quatro mil e poucos euros mensais.
Será injusto aos 80 anos, depois de mais de trinta como deputado, ministro e presidente da AR, ter direito a uma reforma?
Vergonha é ser tão baixa quando todos os juizes, notários ou conservadores do Registo Predial e milhares de outros funcionários do Estado, se aposentam com mais de cinco mil euros.
Intoleráveis são as reformas que conferem meia dúzia de anos na Administração da CGD, BP e outras Empresas do Estado, injustiça a que urge pôr cobro.
Carlos Esperança
Comentários
É uma questão de justiça.