Vergonha ou caso de polícia?
Caricatura de Valentim Loureiro
Os motivos infamantes que levaram o capitão Valentim Loureiro à expulsão das Forças Armadas Portuguesas (F.A.P.) impedi-lo-iam, noutro país europeu, talvez com a excepção da Itália, de prosseguir qualquer carreira pública.
Foi a situação de desespero económico da viúva e de filhos menores de outro capitão, expulso pelo mesmo motivo, que deu origem a um acto de misericórdia que levou à reintegração do referido oficial, a título póstumo, com uma pena mais suave, situação que foi sancionada pelo gen. Eanes, então CEMGE.
Foi essa esmola à família do camarada falecido que Valentim Loureiro reivindicou para exigir a reintegração e ascender ao posto de major que a antiguidade entretanto permitia.
Depois disto, só a falta de vergonha do próprio e do PSD, em que um protegeu o outro, mútua e reciprocamente, permitiu ao oficial que recebia uma comissão nas batatas compradas para as Forças Armadas, desempenhar funções relevantes.
Só um eleitorado que não castiga o carácter venal dos seus eleitos e um partido que se conforma com o passado inquietante dos seus quadros, puderam permitir que Valentim Loureiro ocupasse os mais altos cargos da hierarquia partidária, presidisse a uma Câmara, colocasse homens da sua confiança no Governo, incluindo um seu vereador, dirigisse o futebol nacional e presidisse à Empresa do Metro do Porto em representação dos autarcas.
O gesto corajoso e nobre de Marques Mendes, de lhe retirar a confiança política, não o impede de apresentar de novo a sua candidatura à Câmara de Gondomar no próximo dia 22.
Antes disso, «assinou ontem um protocolo com os párocos de 14 freguesias do concelho de Gondomar, com vista à distribuição de uma verba camarária de cerca de 136.500 euros» - segundo revela o Correio da Manhã de 13 do corrente.
«Valentim Loureiro distribui dinheiro por párocos». É a apoteose do caciquismo no seu máximo esplendor.
Carlos Esperança
Comentários
Como referi num post no meu blog (que aproveito para convidar a vizitarem) há pouco tempo, continuarmos por este caminho de relativização (e quase institucionalização) permanente da desonestidade e da corrupção não me surpreenderia um destes dias ver numas quaiquer eleições, numa qualquer cidade portuguesa, posto por um qualquer partido, um cartaz com o slogan como o que em tempos um cabeça de lista a umas eleições brasileiras adoptou que dizia:
"ROUBO, MAS TRABALHO!"
Jornalistas que a apresentação da "Empresa na Hora" que se realiza
amanhã em Coimbra, vai ter lugar às 10h30m na Conservatória do Registo
Comercial, sita no Edifício Mondego, Av. Fernão de Magalhães e contará com a
presença de:
S.E. O Senhor
Primeiro-Ministro
S.E. O Senhor Ministro de Estado
e da Administração Interna
S.E. O Senhor Ministro da
Economia
S.E. O Senhor Ministro da
Justiça
S.E. O Senhor Secretário de
Estado da Justiça
S.E. O Senhor Secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais
S.E. O Senhor Governador Civil
do Distrito de Coimbra
Com os melhores
cumprimentos.
Paulo Valério
Adjunto do Governador Civil de
Coimbra
O sr. Albino não tem vergonha.
O nome próprio também é de família?
Esse exemplo caricato do Brasil chamava-se Maluf e foi Governador e candidato a Presidente da República.
O slogan para Prefeito foi «Eu Malufo, mas faço...»
E ganhou...
Ainda hoje o sinónimo de malufar é roubar.
O meu e-mail é como se pode ver na NET
aesperanca@mail.telepac.pt
Antecipadamente grato.
AFINAL TAMÉM CÁ ANDAS!!!!
NÃO DEVES TER NADA QUE FAZER!!!
ESPERO QUE NÃO ANDES AQUI A OFENDER NINGUÉM...!
veja-se o que muitos partidos estão a fazer arranjando candidatos como se isto fosse jogadores de futebol.
Mas onde estão os principios e os valores a ideologia???
entao isto não vale nada????
e os exemplos cá do distrito......será que o feitiço não se vira contra o feiticeiro
aplauso para quem assim age
ainda há homem com a espinha dorsal direita
bem-hajam por com a vossa atitude me fazerem continuar a acreditar no SOCIALISMO.
Vivam os verdadeiros Socialistas