Do sionismo ao anti-sionismo
O problema das palavras e dos conceitos é que precisam sempre de uma dicionário explicativo e esse pode ter cunhos muito pessoais ou subjectivos.
O sionismo é um pensamento nascido na segunda metade do século XIX, quando as comunidades judaicas residentes na Europa perceberam que o anti-hebraísmo estava em crescendo em vários países. Pensaram esses líderes judaicos (destacando-se Theodor Herzl) que era necessário reagrupar os judeus de todo o mundo e regressar a Israel.
E começaram a fazer isso! Compraram terras, ergeuram Kibutzes (verdadeiras comunidades de socialismo utópico), foram "ocupando” a Palestina.
Ora, resumindo, sionismo, para mim, é este originário: o desejo de construir um Estado, na Palestina, onde os judeus possam viver juntos e em paz. Isso não implica afastar os palestinianos da sua terra; antes a sua justa divisão, nos termos de 1948 e 1967.
Anti-sionismo significa, pois, a negação do Estado judeu, a negação de Israel. Significa o regresso a 1947.
Tenho, obviamente, consciência, de que o conceito sionismo se foi alargando e ganhou um cunho mais radical e deveras xenófobo, racista e anti-árabe. Mas, se é verdade que essa adulteração do conceito resulta em muito das forças extremistas e radicais judaicas, a verdade é que ele tem vindo a ser (ab)usado e foi apropriado pelas forças radicais islâmicas e nazis (que ainda as há...!), para colocar em causa a própria fundação de Israel.
É contra essa adulteração que me bato. Porque é desse erro de pressuposto que resultam muitos equívocos e não se consegue chegar a um consenso e a uma paz duradoura.
O sionismo é um pensamento nascido na segunda metade do século XIX, quando as comunidades judaicas residentes na Europa perceberam que o anti-hebraísmo estava em crescendo em vários países. Pensaram esses líderes judaicos (destacando-se Theodor Herzl) que era necessário reagrupar os judeus de todo o mundo e regressar a Israel.
E começaram a fazer isso! Compraram terras, ergeuram Kibutzes (verdadeiras comunidades de socialismo utópico), foram "ocupando” a Palestina.
Ora, resumindo, sionismo, para mim, é este originário: o desejo de construir um Estado, na Palestina, onde os judeus possam viver juntos e em paz. Isso não implica afastar os palestinianos da sua terra; antes a sua justa divisão, nos termos de 1948 e 1967.
Anti-sionismo significa, pois, a negação do Estado judeu, a negação de Israel. Significa o regresso a 1947.
Tenho, obviamente, consciência, de que o conceito sionismo se foi alargando e ganhou um cunho mais radical e deveras xenófobo, racista e anti-árabe. Mas, se é verdade que essa adulteração do conceito resulta em muito das forças extremistas e radicais judaicas, a verdade é que ele tem vindo a ser (ab)usado e foi apropriado pelas forças radicais islâmicas e nazis (que ainda as há...!), para colocar em causa a própria fundação de Israel.
É contra essa adulteração que me bato. Porque é desse erro de pressuposto que resultam muitos equívocos e não se consegue chegar a um consenso e a uma paz duradoura.
Comentários
Anti-sionismo não é anti-semitismo.
Defender que por detrás de qualquer critica a Israel existe um oculto ódio aos judeus é inquinar as questões que se levantam neste momento.
É usar o anátema rácico e religioso como instrumento político e justificação belicista.
Combater as políticas expansionistas do sionismo, a luta por um Grande Israel, não é combater os judeus. É opor-se à doutrina colonialista sionista, é defender a Paz no Médio Oriente.
Equiparar a condenação dos actos bárbaros cometidos por Israel contra palestinos na Faixa de Gaza, a um anti-semitismo sistémico , nomeadamente ao infame e escabroso (anti-semistismo) dos nazis, é pura demagogia, sustentada por Israel há décadas.
Se Theodor Herzl foi o fundador do movimento sionista, em termos práticos, David Bem-Gurion, um dos fundadores de Israel, foi o homem do sionismo no terreno.
Á custa de observar posições anti-semitas pelo Mundo, tornou-se num arreigado sionista. Sendo oriundo da uma matriz política matriz socialista/ trabalhista, consolidada na Palestina - nessa altura sob o domínio otomano - tentou criar, para Israel, um socialismo sionista.
Tinha um sentido obsessivo sobre a fundação de Israel, a qualquer preço, que hoje temos dificuldades em compreender. Em 1938, num encontro com sionistas trabalhistas da Grã-Bretanha, Ben-Gurion afirmou:
"Se eu soubesse que seria possível salvar todas as crianças da Alemanha ao trazê-las para a Inglaterra ou apenas metade ao transportá-las para a Terra de Israel, então eu optaria pela segunda alternativa.
Pois temos que tomar em consideração não apenas as vidas destas crianças mas também a história do povo de Israel".
Ao reler estas palavras de um dos pais da pátria israelita, compreende-se melhor a doutrina ideológica que enforma o actual “massacre de Gaza”.
E, concomitantemente, passo a melhor entender os princípios e os fundamentos da génese do movimento anti-sionista.
É indesmentível que há uma forte cultura do grande e poderoso Israel, de um sionismo radical e expansionista. A tal cultura do "status quo" que, infelizmente, predomina nas mentes dos cidadäos comuns de Israel, é fruto dessa deriva também ela xenófoba, racista e imperialista.
É evidente que a Europa, ao contrário do que é o pensamento dominante nos EUA, näo pode enveredar pelo simples aplaudir de Israel e de apenas acolher a propaganda do Governo de Israel e manter a imparcialidade.
Mas o discurso rapidamente passa de um extremo ao outro, rapidamente esquecemos que também há culpas e responsabilidades do lado árabe e palestiniano e que Israel tem direito à existencia. Isso näo pode voltar atrás!
Por outro lado, temos os EUA sempre (ou melhor desde os anos 60, porque nas primeiras duas décadas foi a Uniäo Soviética que apoiou Israel...) comprometidos com as accöes militares e brutais do Governo de Israel. A China, sempre muda e calada, apenas pensando nos seus interesses estratégicos. O Japäo sempre diminuído e impotente para ter uma voz, ainda a bracos com complexos de culpa e querelas constitucionais acerca da natureza das suas forcas armadas (na verdade "forcas de defesa"). A Europa, como já dissémos, sempre adiada por nacionalismos parvos e uma anomia tonta (muito cultivada pela extrema-esquerda).
E porque chamar para a qui a China e o Japäo?
Por duas razoes: 1) eles säo grandes consumidores de petróleo, absoultamente dependentes do médio-oriente muito mais que a Europa e os EUA, que gozam de outros locais com recursos energéticos (o Atläntico (Brasil, Venezuela, África, o Mar do Norte etc.)
2) Näpo tendo uma cultura monoteísta, antes politeísta e -logo - mais aberta e plural, tem outra capacidade de análise, mais fria e mais compreensiva, mais distante face às insuperáveis querelas que estäo na base das lutas: nomeadamente o estatuto de Jerusalém, o acesso à água do rio Jordäo, etc.
3 - O secretário-geral da ONU, sendo coreano, deveria usar melhor esse capital de cultura que os aisáticos poderiam trazer a este conflito, täo degradado por querelas das religioes monoteístas.
Claro que näo quero reduzir isto a um conflito religioso. Mas a fase materialista-marxista da análise das relacöes internacionais, em que tudo säo números, tudo é dinheiro, também já está ultrapassada. Os aspectos de identidade, de cultura, as questoes espeirituais tem um papel decisivo!
Por isso, em resumo, há mais culpados para além dos abusos dos sucessivos Governos de Israel e dos EUA e do que o radicalismo islämico: existe a inoperäncia da China e do Japäo e a impotencia da ONU!
(o teclado (alemäo) é complicado, desculpem...)