Uma boa notícia para terminar o Ano: fumamos todos menos
O Ponte Europa debateu, com abertura e galhardia, as vantagens e desvantagens das novas leis limitadoras do fumo de tabaco em locais públicos, impostas, aliás, por Convenções internacionais.
Tendo sido um defensor desta legislação, congratulo-me com a notícia de que a lei já está a ter efeitos de saúde pública e a médio e longo prazo terá grandes efeitos na saúde individual de muitas pessoas e nos custos em saúde de todos nós.
A sociedade do século XXI irá crescentemente debater-se com estes paradoxos: por um lado poderá ser mais liberal e tolerante, permitindo comportamentos privados anteriormente proibidos, mas por outro terá de aceitar as provas científicas que revelam que certos comportamentos têm graves consequências para a saúde das pessoas e, com proporcionalidade, ponderação e bom senso, ir criando legislação de saúde pública que regulamente esses mesmos comportamentos.
Depois do tabaco, não custa adivinhar que se prepara uma ofensiva em matéria de alimentação, sobretudo nas escolas ou em serviços financiados pelo Estado.
Muitas vozes se irão erguer contra a "burocratização da cozinha", o "carácter autoritário" do Estado moderno, as ofensivas contra os direitos individuais. Mas acredito que o bom senso e o conhecimento cietífico irão vencer e que certos refrigerantes, "enchidos de calorias" e "comestíveis impregnados de tóxicos" irão ser afastados das Escolas do nosso país, bem como de instituições de saúde e assistência social.
Não é popular escrever sobre estas matérias. Mas este tipo de legislação, desde que vise a protecção de bens jurídico-constitucionais, como a saúde e a saúde pública - e não fins de moralidade ou de imposições ético-sociais - será uma resposta adequada aos grandes problemas de saúde das décadas vindouras.
Tendo sido um defensor desta legislação, congratulo-me com a notícia de que a lei já está a ter efeitos de saúde pública e a médio e longo prazo terá grandes efeitos na saúde individual de muitas pessoas e nos custos em saúde de todos nós.
A sociedade do século XXI irá crescentemente debater-se com estes paradoxos: por um lado poderá ser mais liberal e tolerante, permitindo comportamentos privados anteriormente proibidos, mas por outro terá de aceitar as provas científicas que revelam que certos comportamentos têm graves consequências para a saúde das pessoas e, com proporcionalidade, ponderação e bom senso, ir criando legislação de saúde pública que regulamente esses mesmos comportamentos.
Depois do tabaco, não custa adivinhar que se prepara uma ofensiva em matéria de alimentação, sobretudo nas escolas ou em serviços financiados pelo Estado.
Muitas vozes se irão erguer contra a "burocratização da cozinha", o "carácter autoritário" do Estado moderno, as ofensivas contra os direitos individuais. Mas acredito que o bom senso e o conhecimento cietífico irão vencer e que certos refrigerantes, "enchidos de calorias" e "comestíveis impregnados de tóxicos" irão ser afastados das Escolas do nosso país, bem como de instituições de saúde e assistência social.
Não é popular escrever sobre estas matérias. Mas este tipo de legislação, desde que vise a protecção de bens jurídico-constitucionais, como a saúde e a saúde pública - e não fins de moralidade ou de imposições ético-sociais - será uma resposta adequada aos grandes problemas de saúde das décadas vindouras.
Comentários
Não obstante, aconselho todas as pessoas a nunca fumarem, a nunca voltarem a fumar quando deixaram de o fazer, e a deixarem de fumar se para isso estiverem virados.
Não posso porém deixar de me revoltar contra a "estigmatização dos fumadores" defendida pelos fundamentalistas anti-tabágicos. A mim não me estigmatizam: em café onde não se possa fumar não entro; recuso-me terminantemente a vir fumar para a porta dos cafés, como se fosse um drogado ou um pária excluído dos direitos elementares do cidadão; prefiro, em último caso, fumar ao frio em esplanadas. Posso ir a restaurantes onde não possa fumar-se, mas faço questão de não tomar lá o café: vou tomá-lo a um sítio onde se possa fumar.
Felizmente, graças à minha provecta idade, já fui a todos os países onde queria ir; espero nunca mais ter de entrar em aeroportos ou aviões, que me metem nojo por me parecerem uma espécie de sanatórios de doentes pulmonares.
Tenho razões empíricas para afirmar peremptoriamente que essa história do "fumo passivo" não passa de uma balela talibanesca. Quando era jovem, eu e quase todos os meus colegas fumávamos no quarto, e dormíamos nesse mesmo quarto cheio de fumo; nenhum de nós, até agora, teve qualquer doença pulmonar.
Enfim, honro-me de pertencer a uma geração de fumadores, a quem a Humanidade deve muito mais do que aos actuais anti-tabagistas, apenas preocupados com os seus próprios pulmões, como outros com os seus próprios umbigos, encerrados voluntariamente nas sus virtuais redomas.
E não se diga que os fumadores causam maiores despesas ao Estado. Ainda há dias os jornais publicaram umas contas segundo as quais o produto do imposto sobre o tabaco era o DOBRO das despesa com doenças provocadas pelo tabaco. Isto é: os fumadores pagam as doenças deles e as dos outros!
Quem dá prejuízo ao Estado são os não fumadores, que, protegidos pelas suas virtuais redomas, vivem até aos 90 ou 100 anos, caquéticos mas arruinando a Segurança Social que tem de lhes pagar as pensões até essas idades!