Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Dizia Thomas Fuller:
"Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água..."
A água serve, também, para as abluções religiosas que se praticam nas 3 religiões abraamicas e, em todas, têm a mesma conotação: a purificação!
Nos rituais afro-brasileiros, que integram as conhecidas práticas de "candomblé", a água esta presente como simples veículo de lavagem e como refrescante do corpo em climas tórridos.
Em tempos de pandemia a purificação não passa pela pia baptismal. Para já, tanto os puros como os impuros, os crentes como os não-crentes, não andam à procura de "purificações".
Todos, mas mesmo todos, i.e., o universo da população, precisam de ser tratados e alguns necessitam (os grupos de risco)necessitam de medidas preventivas (como as vacinas).
Entretanto, a água, devemo-la usá-la, corrente, reforçando a higiene pessoal a fim de tentarmos eliminar a conspurcação do corpo (e como somos uns manipuladores, fundamentalmente, das mãos).
Voltamos, como nos tempos imemoriais a colocar a ênfase na sua utilização como meio de lavagem, sem a misturar-mos com mitos.
Bem, se alguma coisa mudou foi aproximarmo-nos dos ritos afro-brasileiros..., i. e., deitamos borda fora os rituais e regressamos ao conteúdo prático das dádivas da natureza.
[Ver meu Twitter e comentários sobre o assunto].
Eu disse discernimento? Se calhar é melhor falar em apartheid… quanto à religião.
Um abraço tipo Nuno Salvação Barreto