A juíza "hispânica"...

Estão em curso as audições do Senado relativas à 1ª. nomeação de um juiz para o Supremo Tribunal americano feita pela Administração Obama.

Na verdade, trata-se de uma juíza e, neste órgão de Estado, actualmente, só existe uma solitária e idosa juíza – nomeada, em 1993, por Bill Clinton – Ruth Ginsburg. Uma mulher entre 8 homens...! Portanto, logo aqui um problema de género.

A juíza cujo processo de nomeação decorre é Sonia Sotomayor e tem estado sobre fogo cerrado do membros republicanos do Comité Judicial do Senado.
A sua inquirição tem envolvido questões rácicas (é de origem latina) e, inclusive, políticas, tendo sido acusada de “esquerdismo”.
Uma das últimas questões da acareação no Senado foi relativa à sua posição sobre o aborto. A juíza não respondeu a esta pergunta. Afirmou que não devia responder a perguntas em abstracto.

Os ataques do Partido Republicano devem-se ao temor que esta nomeação venha desequilibrar, neste órgão de decisão Supremo, a relação de forças entre liberais e conservadores.
Uma das perguntas capciosas a que foi sujeita – e este facto revela a importância da Instituição – é como teria decidido no diferendo que opôs Al Gore a G.W. Bush, sobre os resultados eleitorais de 2000...
Nos círculos políticos de Washington não são previstas alterações significativas nesta relação de forças. Ela só seria notória se Obama tivesse necessidade de nomear um outro juíz.

Não sendo a primeira mulher juíza do Supremo (a primeira foi Sandra Day O'Connor), a sua assegurada nomeação introduzirá, como estreia, a estirpe latina, naquele órgão. Ou, se quisermos usar a terminologia americana, será a primeira juíza hispânica do Supremo Tribunal.

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