Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Este é um lamentável aspecto - há outros - do cadente problema da liberdade religiosa, lato sensu .
Penso que, somente, o estado laico é capaz de defender a liberdade religiosa de uma forma justa, quer no concreto (situação comtpatível como a foto), quer no abstracto, isto é, combatendo as tentações discriminatórias.
O facto de, prticamente, todas as Igrejas (católicas, protestantes, muçulmanas, budistas, confucionistas, etc.) combaterem a laicidade do Estado traduz o medo, o pânico, de perderem privilégios...terrenos (convém destrinçar), nos Países onde adquiriram prerrogativas preponderantes.
É necessário que ao fomentar a laicidade dos Estados nunca haja o deslize de alimentar questões religiosas, não perseguindo crentes, mas, também, não permitindo qualquer tipo de favorecimento.
O Estado laico tem de ser escrupulosamente neutal em termos religiosos, capaz de separar a religião dos dictames morais da sociedade e deve ter autoridade para assegurar a liberdade de opções religiosas individuais e permitir as suas manifestações púnblicas, deste que não haja qualquer tipo de interferência estatal.
Mais ou menos o contra-ponto do que a imagem do post mostra...
E ainda querem reclamar de perseguição?!
Ah, VSF, porcos clericais!