Um pequeno passo para um homem...

... um salto gigantesco para a Humanidade.


Há quarenta anos, em Malapísia, algures no Norte de Moçambique, a cerca de duzentos quilómetros de Vila Cabral, ouvi pela rádio, o mais fascinante relato de sempre. Permaneci acordado toda a noite, empolgado com o que os homens podem.

Hoje, quatro décadas depois, fica a sensação de que vivi um tempo glorioso em que os homens deram os passos certos a que a direcção errada fez falhar o alvo.

Se, em vez da corrida ao armamento, tivéssemos continuado a caminhar pelo espaço eram agora mais largos os horizontes e menos sangrentos os tempos.

Recordar Neil Armstrong é prestar homenagem à ciência e à civilização que pôs termo a séculos de ignorância e superstição.

Comentários

Julio disse…
(Da minha pagina no Facebook)
First landing on the Moon: I do remember exactly where I was [in Lourenço Marques], and those I was with. No TV in those days, but the radio was just fine. Now, where will I be when the first small step of the first small man will occur on Mars? Ah!…
JC:

Eu estava longe, no Norte, perto do Lago Niassa, mas no mesmo país e, acaso, na mesma guerra injusta e criminosa.
Anónimo disse…
o homem chegou a lua?? Agradeça a Von Braun!!! Os EUA o salvaram de Nuremberg!
e-pá! disse…
Também, em 20.06.69, estava em Moçambique, em plena guerra colonial, no mato.

Nesse dia, melhor nessa noite, tentava explicar a um dos empregados negros da messe - o Júlio - que o homem tinha chegado à lua...
O homem parecia-me incrédulo e, vai daqui eu desdobrava-me em explicações sobre explicações.

Até que o Júlio resolve falar. Disse-me:
- Eu compreendo que o homem ande no ar nos aviões e que tenha ido mais longe e chegado à lua.

Ah! até que enfim que sentia ter sido capaz de explicar uma coisa com uma base abstracta a um africano... pensava eu.
Sentia que, apesar das circunstâncias penosas que me tinham levado lá, e que eram, de facto, uma "oculta" barreira entre o meu discurso fantasioso e a simplicidade directa do Júlio, tinha uma réstia de credibilidade e algum poder de convicção.

Estava entretido nestas conjecturas, quando fui interrompido por um curto aparte do Júlio:
Pode ter ido à lua. Eu compreendo.
Mas como consegue branco meter sardinha em lata fechada?

Esta a minha história deste histórico dia.
e-pá! disse…
Apostila:

Mais tarde senti-me gozado.
Quando soube que esta era uma "graçola" que corria, em Moçambique, nos musseques, para mostrar como "os brancos" avaliavam os negros...
Todavia, fiquei amigo de Júlio até ser deslocado para outra zona de intervenção...

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